Com “cara de Série B”, Palmeiras deve mudar

SÃO PAULO (Folhapress) – A ressaca do Palmeiras após a queda na Libertadores com a derrota para o Tijuana, do México, em pleno Pacaembu, teve uma dose extra de consternação no ensaiado discurso de resignação.
Ao mesmo tempo em que ressaltou "o perfil de Série B" de seus jogadores, o diretor executivo José Carlos Brunoro disse que o elenco terá de passar por "algumas mudanças" para voltar à elite do futebol nacional em 2014.
A longa jornada de 38 rodadas na Série B começa no dia 25, contra o Atlético-GO, em Itu – o clube terá de mandar quatro jogos a 100 km da capital por causa da briga de torcedores com policiais em partida do Brasileiro-2012.
Na visão do dirigente, mesmo com um elenco limitado o Palmeiras poderia "ter ido mais longe" no torneio sul-americano, do qual se despediu terça-feira nas oitavas de final, e no Paulista, em que foi eliminado pelo Santos nas quartas de final, em abril.
"É natural ao final das duas competições reavaliarmos o trabalho como um todo. Obviamente, podemos chegar à conclusão de que alguns jogadores não deram certo, outros podem chegar", disse o presidente Paulo Nobre, que não quis citar nenhum atleta nominalmente.
A única certeza dada pelo cartola é a manutenção do treinador Gilson Kleina, com quem a diretoria definirá nos próximos dias quem sai e quem chega. Está descartada uma lista de dispensas como a feita pelo São Paulo, que descartou sete atletas após cair perante o Atlético-MG.
O goleiro Bruno, que falhou feio no primeiro gol do Tijuana, continua no grupo.
O clube não tem dinheiro nem para contratar nem para demitir. Para piorar, no domingo perderá o patrocinador máster de camisa, a Kia – ainda não tem substituto.
"Pegamos um clube com 25% das receitas, e 75% já foram utilizadas. Não faremos loucuras com o elenco", disse Brunoro.
Com a queda precoce na Libertadores, o Palmeiras deixou de receber R$ 900 mil de premiação da Conmebol e perdeu a chance de arrecadar mais de R$ 1,8 milhão com as rendas da partidas das quartas de final.
O retrospecto atual é semelhante ao de 2003, quando o time foi eliminado nas semifinais do Paulista e nas oitavas de final da Copa do Brasil e começou a Série B sob desconfiança da torcida.