Com novo nome, UTI do Hospital Evangélico reabre após 15 dias
CURITIBA – Após quase duas semanas fechada por causa de investigação sobre mortes suspeitas, a UTI geral do Hospital Evangélico de Curitiba reabriu ontem reformada, com nome e funcionários novos, culto e ação motivacional.
Seis pessoas – cinco médicos e uma enfermeira – foram indiciadas pela polícia sob suspeita de anteciparem a morte de pacientes. Todos eles negam as acusações.
Uma das mudanças foi no quadro de pessoal. Os funcionários que trabalhavam sob o comando da médica Virgínia Helena Soares de Souza, presa preventivamente, foram todos realocados.
A maioria tirou férias, concedidas pela administração. No total, 60 profissionais foram contratados.
A UTI também passou por uma reforma das instalações e teve o nome alterado: ela foi somada a outras estruturas existentes no hospital e agora se divide em UTI 1, 2 e 3.
A administração do hospital, mantido por 13 denominações evangélicas, promoveu um culto para marcar a reabertura da UTI, dando ênfase à história da instituição e à ideia de que "o momento de crise está superado".
Funcionários e convidados usavam um bóton com um rosto feliz e a expressão "Eu sou SEB [Sociedade Evangélica Beneficente]", que é a mantenedora do hospital.
O acessório integra uma campanha motivacional interna, que foi antecipada depois das prisões para elevar a autoestima da equipe.
"Trabalhar no Hospital Evangélico é algo vocacional, e nós acreditamos muito nisso", diz João Jaime Nunes Ferreira, presidente da SEB. "São 54 anos servindo a comunidade, em especial a comunidade carente, e a gente não pode deixar isso de lado”.
Dor – "Há um sentimento de dor, frustração e principalmente de tristeza", afirmou o superintendente de saúde da sociedade, Rogério Kampa.
"Mas temos certeza de que os profissionais [do hospital] têm qualidades, mesmo os colegas que foram denunciados. Ainda estamos esperando o resultado disso tudo [investigações] para daí emitir algum tipo de julgamento”.
As investigações policiais que resultaram nas prisões dos profissionais da UTI foram encerradas no início da semana, quando seis pessoas foram indiciadas sob suspeita de homicídio qualificado e formação de quadrilha.
O resultado do inquérito foi enviado ao Ministério Público do Paraná, que tem até a próxima segunda-feira para definir se oferece ou não denúncia contra os suspeitos.