Combate à dengue: chefe de Vigilância em Saúde fala em descaso da população

Descuido. Descaso. Desleixo. As palavras foram utilizadas pelo chefe regional de Vigilância em Saúde, Walter Sordi Junior, para descrever o comportamento da população em relação ao descarte de lixo. Ao jogar resíduos em terrenos baldios ou deixar que se acumulem no fundo do quintal, os moradores contribuem para a proliferação do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue.
A situação é comum na maior parte do Noroeste do Paraná. “Os municípios fizeram atividades durante o período de seca. O poder público está fazendo limpeza e coleta de lixo, mas a população não colabora”, afirmou Sordi Junior. O problema é antigo e tem se agravado nos últimos tempos.
Com os resíduos descartados de maneira incorreta, a água da chuva se acumula nos recipientes, o que garante condições para a reprodução do Aedes aegypti. De acordo com o chefe regional de Vigilância em Saúde, as próximas semanas poderão marcar o expressivo aumento na quantidade de mosquitos circulando pelos municípios do Noroeste.
Além de ser o transmissor do vírus que causa dengue, o Aedes aegypti é responsável por espalhar outras doenças: zika, chikungunya e febre amarela. Mas existem outros problemas gerados pelo descaso da população. Um deles é proporcionar condições para o aumento de escorpiões dentro do perímetro urbano.
LIRA – Frequentemente, agentes de controle de endemias fazem o Levantamento do Índice Rápido para Aedes aegypti (Lira). O procedimento tem como principal objetivo identificar a presença de criadouros do mosquito transmissor da dengue. A partir do Lira é possível saber quais são os bairros com maior risco de surgimento da doença.
Em Paranavaí, o próximo levantamento está previsto para o início de novembro. Os demais municípios da região também desenvolvem esse trabalho que auxilia na definição de estratégias de prevenção e combate à dengue.
Os números mais recentes registrados pela 14ª Regional de Saúde mostram que em algumas cidades o índice de infestação por Aedes aegypti está acima do recomendado pelo Ministério da Saúde, 1%. Em setembro, por exemplo, Planaltina do Paraná tinha 2,4%. Em julho, Amaporã chegou a 3,86%.