Combate ao inseto vetor do greening prossegue até sexta na região da Cocamar

Com as chuvas dos últimos dias, a ação promovida pela Cocamar Cooperativa Agroindustrial junto aos produtores de laranja de sua região, para o controle químico do inseto psilídeo (que dissemina a bactéria causadora do greening), acabou em parte prejudicada.
Por isso, quem ainda não realizou a operação, que foi iniciada dia 26, deverá fazê-la até a próxima sexta-feira (6/6).
De acordo com coordenador técnico de culturas perenes da cooperativa, agrônomo Robson Ferreira, é indispensável que todos os produtores estejam engajados no esforço de pulverizar seus pomares: “É a única forma de impedir que a doença avance livremente”. A iniciativa da Cocamar tem o apoio da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar).
Ferreira ressalta a importância de o citricultor dar total prioridade ao combate sistemático do psilídeo, atendendo rigorosamente as recomendações dos técnicos da cooperativa e participando de ações conjuntas, como a que está acontecendo. “Se um único produtor deixar de pulverizar, o inseto encontrará em seu pomar as condições que necessita para se multiplicar”, adverte.
Nas regiões produtoras do Estado de São Paulo, onde o controle do psilídeo não foi feito com a devida atenção nos últimos anos, a média de infestação do greening é de 17%, segundo informações de organismos ligados ao governo do Estado.
No Paraná, graças à organização de produtores por meio de cooperativas como a Cocamar, o índice é bem mais baixo: por volta de 3% nos pomares da região Noroeste, e de 6% nos do Norte.
CITRICULTOR ASSUSTADO – Em Alto Paraná, município próximo a Paranavaí, o citricultor João Pasquali, dono de 120 alqueires de pomares, diz que está assustado com o avanço da doença. “Eu faço tudo direitinho, tomo todos os cuidados, mas mesmo assim o número de árvores doentes cresce a cada ano”, explica.
Segundo ele, as autoridades precisam ser mais rigorosas em relação aos produtores que abandonam seus pomares, os quais acabam se tornando focos para a disseminação da enfermidade, que ainda não tem tratamento.
Pasquali integrou uma comitiva organizada pela Cocamar que, em abril, visitou pomares da Flórida, nos Estados Unidos – a segunda mais importante região produtora de laranjas do mundo, depois do Estado de São Paulo.
Lá, o grupo constatou que a política adotada para o enfrentamento da doença não surtiu resultados. Em vez do combate ao psilídeo e da erradicação de árvores doentes, como se recomenda fazer no Brasil, eles utilizaram coquetéis nutricionais para tentar reforçar o vigor das árvores.
O efeito disso é que perdeu-se muito tempo e, atualmente, 100% dos pomares estão contaminados. A produção do estado caiu mais de 40% nos últimos anos, levando a citricultura a um quadro de inviabilidade.
SOBRE A COCAMAR – A citricultura é uma das atividades mantidas e desde meados da década de 1980 incentivadas pela Cocamar. Atualmente, possui cerca de 400 produtores nas regiões Noroeste e Norte do Estado, com mais de 12 mil hectares de pomares.
A safra 2014/15 está em seu estágio inicial, com a perspectiva de que sejam produzidas 8 milhões de caixas de 40,8 quilos, mesmo volume do ano anterior.
A cooperativa oferece assistência técnica aos pomares dos produtores associados, recebe a safra e mantém convênio para a industrialização da matéria-prima com a Dreyfus Commodities, que possui indústria de suco concentrado em Paranavaí.