Comissão propõe grupo para orientar pais e alunos contra o aliciamento na internet

CURITIBA – A criação de um amplo grupo de trabalho que promova ações de informação e conscientização sobre a vulnerabilidade de crianças e adolescentes no uso da internet foi o resultado da audiência pública realizada ontem no Plenarinho da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), promovida pela Comissão de Educação, presidida pelo deputado Hussein Bakri (PSD).
O objetivo era debater a tecnologia, a dignidade humana e o papel das redes sociais na vida dos estudantes. A partir de agora, a Comissão, em conjunto com a Secretaria de Estado da Educação, do Ministério Público estadual, da Defensoria Pública, das polícias civil e militar, além de outros órgãos estaduais, pretende levar a discussão aos núcleos regionais de educação e amplificar as orientações aos pais e alunos da rede estadual de ensino.
Durante a audiência pública, o delegado Demétrius Gonzaga de Oliveira, do Núcleo de Combate aos Cibercrimes (Nuciber), falou sobre a fragilidade e os perigos a que muitos jovens estão expostos nas redes sociais.
Segundo ele, é preciso que a família esteja atenta ao uso ilimitado das tecnologias. “Falta conscientização daqueles que deveriam estar atentos às nossas crianças. O crime virtual não é novo. Hoje enfrentamos o problema com o jogo ‘Baleia Azul’, mas amanhã será outro tipo de violência pela rede. O acesso prematuro às tecnologias deve ser um motivo de atenção dos pais, porque os adolescentes são facilmente influenciados”, alertou o delegado.
SITUAÇÕES DE PERIGO – Desde a criação do Nuciber, em 2005, cerca de cem mil ocorrências já foram registradas no Paraná. Além de crimes contra a honra, estelionato, extorsão, bullying, há ainda casos de sequestro, além de homicídios e estupros que tiveram origem na internet.
“De todos os casos que investigamos, constatamos que 35% deles envolvem crianças e adolescentes. Por ano são quase dez mil casos que atendemos. Os jovens são curiosos e acabam envolvidos em situações extremante perigosas. Volto a frisar, os pais precisam acompanhar o uso da internet, conversar francamente com os seus filhos sobre esta realidade”.