Como podemos ser bons o suficiente?

“Escutem, os que têm sede: venham beber água! Venham, os que não têm dinheiro: comprem comida e comam! Venham e comprem leite e vinho, que tudo é de graça” (Isaías 55:1).
A quarta bem-aventurança é uma das promessas mais importantes da Bíblia. Os que têm fome e sede de justiça serão fartos. Essa é uma promessa categórica. Ela não diz que eles “podem” ser fartos, mas que “serão”. É a boa nova que permanece no ponto focal do Novo Testamento.
Justiça é uma palavra com muitos significados. Nesse contexto, implica o clímax sublime de estar bem com Deus em relacionamento e de ser como Ele em caráter.
Os seres humanos têm tristemente falhado nesses aspectos. Paulo coloca isso de forma sucinta, quando menciona que “todos pecaram e carecem da glória de Deus”. Rom. 3:23. O reconhecimento desse fato em nossa experiência pessoal é o que significam humildade de espírito e lamentação. Os que são guiados pelo Espírito têm um profundo senso de indignidade acerca de sua impotência para fazer qualquer coisa.
E, no entanto, a última coisa que desejamos fazer é admitir abertamente nossa pobreza espiritual. Desejamos ser dignos e justos aos nossos próprios olhos. Esse desejo induziu os judeus dos dias de Jesus a se gabarem das obras de justiça. Se tivessem se esforçado e se dedicado o suficiente, eles creriam, e poderiam se tornar não apenas justos com Deus, mas como Ele. A mesma linha de pensamento levou os monges da Idade Média a um frenesi de atividades. A mesma noção equivocada ainda existe atualmente. “Como podemos ser bons o suficiente?” A resposta é que não conseguimos ser bons por nós mesmos.
Deus sabia disso. Por isso, Ele enviou Jesus para morrer em nosso lugar. A justiça é uma dádiva gratuita para aqueles que reconhecem sua desesperança (as duas primeiras bem-aventuranças) e a fome e sede dela (a quarta).
Ellen White é precisa quando escreve: “A justiça de Deus se acha concretizada em Cristo. Recebemos a justiça recebendo-O a Ele. Não é por meio de penosas lutas ou fatigante lida, nem de dádivas ou sacrifícios, que alcançamos a justiça; ela é, porém, gratuitamente dada a toda alma que dela tem fome e sede”. – O Maior Discurso de Cristo, pág. 18. (George R. Knight)