Concessionárias dispostas a negociar redução das tarifas dos pedágios e investir em obras

CURITIBA – O diretor regional da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias para o Paraná e Santa Catarina (ABCR/PR-SC), João Chiminazzo Neto, reforçou na CPI do Pedágio, ontem, a disposição do setor de manter o diálogo com o governo estadual.
A finalidade, explicou, é viabilizar dois objetivos reclamados pela sociedade paranaense: a redução das tarifas de pedágio e sem prejuízo do programa de obras. “Isso pode ser alcançado mediante acordo entre as partes, respeitados o equilíbrio econômico-financeiro das empresas, a segurança jurídica e o interesse público”, completou.
Durante seu depoimento, o representante das concessionárias definiu como “mito” a frequente acusação de que o “pedágio é uma caixa preta”.
“Precisamos lembrar do estado dramático em que se encontravam as rodovias”, disse por diversas vezes. De acordo com ele, não existe “caixa preta do pedágio”, e que todas as acusações acerca da má fé das empresas são injustas, “decorrentes da falta de conhecimento da realidade”.
“As concessionárias estão dispostas a discutir redução de tarifas e realização de obras, desde que haja equilíbrio e seja interessante aos dois lados. Mas, neste momento, posso assegurar que não estamos falando de prorrogação dos contratos. Isso não entrou ainda em conversação”, disse.
Sobre as críticas recebidas em função do sistema de cobrança dos pedágios, Chiminazzo ressaltou que o preço praticado no Paraná não se diferencia em relação ao que é tarifado em outros estados.
“O modelo do governo federal é diferente, as obrigações são diferentes por parte das empresas. E as condições de aplicação do pedágio aqui, naquela época (da instituição das concessões), também foram muito distintas. Tínhamos uma taxa de juros próxima de 45%. Portanto, as críticas ao pedágio são por desconhecimento e são injustas. Não existe caixa preta do pedágio. Ao contrário, o pedágio trouxe avanços para as rodovias, para a economia, para o transporte e para o desenvolvimento, assim como para a infraestrutura do Paraná”.
Na opinião do relator da CPI, deputado Douglas Fabrício (PPS), o trabalho agora está permitindo a exposição do contraditório por parte das empresas. Segundo ele, os depoimentos foram importantes, porque também subsidiaram os deputados com informações.
“Foram interessantes para a CPI. Hoje começamos a ouvir as empresas. E ouvimos aqui, dos representantes das empresas, que existe um diálogo em curso para reavaliar a questão de tarifa e de obras com o governo. Daremos continuidade com os depoimentos de outras empresas”.