Condenações da Operação Celeno ultrapassam 550 anos de reclusão
Em decorrência das denúncias apresentadas pelo Ministério Público Federal em Paranavaí no âmbito da Operação Celeno, a Justiça Federal já condenou até o momento 50 pessoas a um total de 553 anos de reclusão. Entre eles líderes de quatro grandes organizações criminosas envolvidas no maior esquema de importação de anabolizantes e eletrônicos por meio aéreo já realizado no Brasil.
Também já foram decretados em razão dos crimes praticados o perdimento de 12 aeronaves, 63 automóveis e 26 imóveis, além de quantias em dinheiro, joias, eletrônicos e de cavalos de raça, estipulando como valor mínimo para reparação de danos à União o total de R$ 116.358.000,00.
PARANAVAÍ – Em 26 de outubro de 2015 o caso ganhou repercussão nacional quando uma das aeronaves foi forçada a pousar no Aeroporto Edu Chaves, em Paranavaí, depois de ser alvejada pela Força Aérea Brasileira (FAB), quando retornava ao Paraguai.
Outra aeronave da organização criminosa também foi apreendida em uma propriedade rural de Amaporã. Na ocasião o avião estava escondido em um canavial e sem uma das asas. A peça foi encontrada posteriormente em uma oficina mecânica localizada no Aeroporto de Paranavaí.
SENTENÇAS – Segundo o Ministério Público, a última sentença sobre o caso foi proferida no último dia 3 de julho nos autos da ação penal nº 5001736-73.2016.404.7011, e ainda há outras pendentes de julgamento.
Na série de denúncias apresentadas, o MP pediu a condenação dos réus, solidariamente, à reparação mínima dos danos, indicando a quantia de R$ 57.792.000,00. Entre os denunciados estavam agentes da Polícia Federal e da Polícia Civil de São Paulo.
Os grupos agiam no Paraguai e nos estados do Paraná, São Paulo e Minas Gerais. Durante as investigações foi constatado que as organizações, quase que diariamente, conduziam aeronaves de Salto Del Guairá, no Paraguai, até pistas clandestinas no interior de São Paulo.
Além da sentença proferida no mês de julho, as demais sentenças foram proferidas nos processos: 5002068-40.2016.404.7011; 5001694-24.2016.404.7011; 5001737-58.2016.404.7011; 5001735-88.2016.404.7011; 5001740-13.2016.404.7011 e 5002306-59.2016.404.7011.
COMO FUNCIONAVA – Os responsáveis pelos fretes aéreos eram contratados por agenciadores baseados em Foz do Iguaçu, no Paraná, e em cidades do Paraguai. Parte da comercialização dessas mercadorias acontecia em empresas dos próprios líderes das organizações criminosas, estabelecidas em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo e também na capital paulista.
As mercadorias eram encaminhadas para entrepostos de armazenamento, de onde eram transportadas por caminhões até os destinatários finais. Os processos que tramitam na Justiça Federal narram a realização de 585 voos clandestinos, e também a prática dos crimes de organização criminosa internacional e de favorecimento real.