Contra deputado Bolsonaro, estudantes promovem beijo gay

BRASÍLIA – Em um protesto contra a eventual indicação do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) para comandar a Comissão de Direito Humanos da Câmara, um grupo de estudantes promoveu ontem um beijo gay em frente ao gabinete da Presidência da Casa.
O ato foi acompanhado por seguranças e deputados que deixavam a reunião de líderes da Câmara. As seis estudantes que participaram do ato chamado "Mais amor e menos Bolsonaro" fazem parte da União da Juventude Socialista. Ao todo, 30 estudantes tentaram participar do ato, mas a maior parte foi barrada pela segurança do Congresso.
Além do beijo gay, elas distribuíram panfletos e um manifesto mostrando porque o deputado, classificado por elas de "filhote da ditadura" não deveria ser indicado para a Comissão de Direitos Humanos. Bolsonaro é considerado um dos mais conservadores parlamentares e coleciona polêmicas com movimentos gays e ativistas ligados aos direitos humanos.
"Não somos gays, não somos heterossexuais. Somos livres. Esse ano, será um ano importante para a luta dos direitos humanos e não podemos permitir que um filhote da ditadura, um racista, um preconceituoso, homofóbico e racista presida a Comissão de Direitos Humanos que é tão importante para a consolidação da democracia", disse Maria das Neves, 26, estudante de História da Universidade Federal do Amazonas.
Usando palavrões contra os ativistas, Bolsonaro soltou frases polêmicas e disse que as minorias não vão ter vez em sua eventual gestão. "Minoria tem que se calar para maioria", disparou o deputado. "Defendo direito da maioria e não da minoria. Se não vai falar que é direito do pedófilo não ser molestado quando está fazendo suas práticas", disse.
Questionado como se posicionaria sobre o Presídio de Pedrinhas (MA) que enfrenta uma situação crítica, ele soltou: "é só não matar, não roubar e não estuprar que não vai para lá. Não tem que dar vida boa a malandragem".