Controle do preço da gasolina é crime, diz ex-presidente do BC

O controle do preço dos combustíveis feito pelo atual governo para tentar conter a inflação é um crime econômico e ambiental. A opinião foi manifestada pelo economista Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central, durante seminário sobre os 20 anos de lançamento do Plano Real na manhã de ontem.
Para Fraga, essa política inibe novos investimentos no setor de energia e incentiva o consumo de combustíveis fósseis.
O economista ressalta que, apesar do que chama de manipulação de preços – além dos combustíveis, citou a contenção das tarifas -, a inflação está elevada.
O tom crítico à politica da administração de Dilma Rousseff foi repetido por outros economistas tucanos em palestras durante o evento, organizado pelo instituto Fernando Henrique Cardoso.
Tanto Fraga como o ex-ministro da Fazenda, Pedro Malan, e o ex-presidente do Banco Central, Gustavo Loyola, afirmaram que tem ocorrido retrocessos em relação à estabilidade iniciada com o Plano Real e consolidada até meados da década passada.
Segundo Loyola, a crise de 2008 serviu como pretexto para o governo atual "começar a demolir políticas responsáveis".
"Não houve nenhuma novidade, apenas um retorno ao inflacionismo brasileiro que sempre existiu. A irresponsabilidade fiscal só podia dar errado, como já tinha dado no passado. Os Estados estão voltando a se endividar, por exemplo", disse.
"Os ministros sempre gostaram de gastar, mas esta é a primeira vez na vida que vejo um governo em que até o secretário do Tesouro é gastador".
Malan citou ainda que as privatizações foram paralisadas por anos, causando enormes prejuízos. Fraga criticou o protecionismo e o intervencionismo.
Os riscos das políticas atuais são, segundo os economistas ligados ao PSDB, que o país continue preso a uma armadilha de baixo crescimento.