Coordenador avalia positivamente a Residência Médica da Santa Casa

A Residência Médica implantada este ano na Santa Casa de Paranavaí, nas especialidades de pediatria, clínica médica, cirurgia e oftalmologia, apesar de ser o primeiro ano está indo muito bem. A estrutura da Santa Casa é boa e os médicos preceptores se qualificaram ainda mais para poder acompanhar os residentes. Por isso, já começaram os trabalhos para abrir o processo para nova prova de residência médica.
A avaliação e as informações são do médico Edson Arpini Miguel, professor de Saúde Coletiva (Saúde da Família) da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e coordenador de capacitação dos professores preceptores para a Residência Médica em Paranavaí, na Santa Casa.
A expectativa do médico em relação à residência em Paranavaí é das melhores. “Não vou citar as áreas para não criar expectativa, mas na minha avaliação a Santa Casa tem condições de oferecer residências em mais três áreas”, disse ele.
De acordo com o coordenador, a abertura de residências em novas especialidades será assunto para o ano que vem, quando os primeiros residentes concluírem a especialização. “Aí o MEC fará nova avaliação e é o momento de se trabalhar novas áreas da residência”, explica Arpini.
A Residência Médica em Paranavaí foi iniciada este ano depois que a Santa Casa foi credenciada pelo MEC. Cada uma das especialidades conta com dois residentes. Eles estão cursando o primeiro ano da residência (R-1) e ao passarem para o segundo ano (R-2) abrirão vagas na R-1.
GANHOS – O programa de Residência Médica permite, desta forma, que a cidade ganhe 16 médicos (oito no primeiro ano e oito no segundo) que estarão atuando na cidade. Ao mesmo tempo exige maior qualificação dos médicos que serão preceptores.
“O médico pode ter qualificação, mas às vezes tem dificuldade de comunicação, na forma de passar conhecimento. Então ele se qualifica, pois afinal estará dando aulas para um médico”, explica o coordenador.
Edson Arpini cita ainda como vantagem da Residência Médica é que há um ganho na prestação de serviços. Ele exemplifica a especialidade em cirurgia.
No caso de uma intervenção cirúrgica atuam sempre dois médicos e o residente vai acompanhando, fazendo procedimentos mais simples. Mas aí ele atinge um estágio em que passa a ser o médico assistente, permitindo que cada um dos cirurgiões atenda um caso.
“Então em vez de uma cirurgia é possível fazer duas, cada cirurgião com um residente. Dobra-se a capacidade de cirurgias do hospital, aliviando a demanda reprimida”, explica.
Mas o maior ganho da Residência Médica é a capacidade que tem de manter o profissional na região. Arpini lembra que isso acontece quase que naturalmente. “São, no mínimo, dois anos de residência, período em que o profissional faz amigos, fixa residência, tem um relacionamento forte com seus colegas. E aí ele acaba ficando”, comenta ele.
Edson Arpini cita que a Residência Médica ganhou força no Brasil a partir dos anos 50, copiando modelo americano, e foi normatizado pelo MEC na década de 80, mas as especializações estavam circunscritas aos grandes centros.
Agora – explica – o Governo está incentivando a criação dos cursos no interior, até como forma de fixar especialistas nestas regiões. Atualmente, o MEC estimula as especializações de Ginecologia e Obstetrícia, Pediatria, Clínica Médica, Cirurgia Geral e Saúde Coletiva.
A autorização para a Residência Médica não depende de ambiente escolar, mas das condições do hospital. O modelo adotado em Paranavaí prevê, além da parte prática, também aulas teóricas.
E as Residências Médicas estão sendo estimuladas principalmente em hospitais públicos. “É o momento em que o médico tem contato com a realidade e desta forma vamos formando profissionais para atender na rede pública”, esclarece.
Para Edson Arpini a Residência Médica na Santa Casa veio para ficar. “Já participei de outros projetos aqui. E percebo que aqui os processos podem ser um pouco mais lentos, porque é feito um minucioso planejamento para que não haja retrocesso. E a Residência Médica em Paranavaí está dentro deste processo. Não vai retroceder”, avalia o coordenador.