Coreia do Norte se diz pressionado e pode aumentar perigo nuclear

A Coreia do Norte disse ontem estar sendo forçada a "reexaminar totalmente" o "tema nuclear" por conta das ações hostis dos EUA e da Coreia do Sul contra o país.
A declaração foi lida como uma ameaça do regime de Kim Jong-un, que assumiu o poder em dezembro passado, após a morte de Kim Jong-il, de interromper de vez as negociações com Washington e outras potências ocidentais para paralisar o programa nuclear em troca de relaxamento das sanções.
Em notícia divulgada pela agência oficial, a Chancelaria norte-coreana diz que a confrontação dos inimigos torna "ainda mais sombria a perspectiva de desnuclearização da península".
Pyongyang e Washington haviam chegado a um acordo, em fevereiro, para interromper os testes nucleares em troca do abrandamento de sanções e, especialmente, do envio de comida pelos EUA ao país asiático.
O acordo foi considerado quebrado em abril pelos americanos, quando a Coreia do Norte fez o lançamento de um foguete, que fracassou. Oficialmente, o objetivo era pôr em órbita um satélite, mas os EUA e o Japão sustentaram que houve teste de míssil de longa distância.
Segundo o governo norte-coreano, a Coreia do Sul e os EUA planejavam usar um desertor, detido no dia 18, para destruir estátuas de Kim Il-sung, avô do ditador e considerado patriarca do país.
REFORMAS – O anúncio ocorre no momento em que se especula se Kim Jong-un, que acaba de trocar o chefe do Exército do país, se prepara para retomar os testes nucleares – realizados em 2006 e 2009.
Segundo a Reuters, o novo ditador pretende aplicar reformas econômicas no país comunista. O antigo chefe do Exército seria contrário às mudanças, daí seu expurgo.