Correspondências se acumulam e audiência pode encerrar greve
O volume de correspondências, especialmente as chamadas simples, se acumula no Centro de Distribuição dos Correios em Paranavaí. O motivo é a greve dos carteiros, iniciada dia 19 de setembro e que na cidade atinge cerca de 50% do quadro. Hoje tem audiência de conciliação marcada pelo Tribunal Superior do Trabalho TST.
Um funcionário dos Correios confirma que muitas correspondências deixaram de ser entregues nas casas e empresas paranavaienses. No último final de semana houve um mutirão na tentativa de regularizar ou diminuir o volume parado. No entanto, a ameaça de chuva no domingo acabou reduzindo o número de entrega naquele dia.
Do total de 28 carteiros, 12 estão em greve. O problema é que parte do quadro está afastada por licença médica. Ontem eram 3 nesta condição. Na prática, são cerca de 50% do quadro de carteiros que trabalham diariamente entregando correspondências em Paranavaí.
Mesmo que a decisão da categoria seja pela volta ao trabalho, vai levar um tempo até a regularização. Isso porque certamente há volume represado de correspondências para Paranavaí em grandes centros, Curitiba por exemplo.
Além do reajuste salarial, a categoria protesta contra o fechamento de agências, a possibilidade de privatização da empresa estatal, a pressão por adesão ao plano de demissão voluntária e a falta de concursos públicos para novas contratações.
INFORME DA EMPRESA – A empresa distribuiu nota ontem informando que o vice-presidente do Tribunal Superior do Trabalho, ministro Emmanoel Pereira, agendou para hoje (dia 4), às 16 horas, em Brasília, audiência de conciliação entre os Correios e as federações representantes dos trabalhadores.
De acordo com a nota, na última quinta-feira (28), o ministro reconheceu como abusiva a paralisação de empregados dos Correios, iniciada no dia 19 de setembro. Em seu despacho, Emmanoel Pereira declarou que “houve adesão à greve com a negociação ainda não encerrada, o que implica na abusividade”.
A Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect) iniciou a paralisação nas suas bases sindicais antes de ser apresentada a proposta financeira, entre outras cláusulas que estavam sendo discutidas nas negociações, cita a nota.
Após os Correios e a Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (Findect) chegarem a uma proposta de Acordo Coletivo de Trabalho para o biênio 2017/2018, que contemplava reajuste de 3% nos salários e benefícios a partir do mês de janeiro de 2018 e manutenção do ACT 2016/2017, as bases sindicais da Findect votaram em assembleias pela rejeição da proposta e decidiram aderir ao movimento, sem uma contraproposta, diz a empresa na referida nota.