Corrida para prefeito de Paranavaí a todo vapor nos bastidores

A eleição acontece apenas em outubro de 2016, mas nos bastidores a disputa pelo cargo de prefeito de Paranavaí está a todo vapor. Nomes são cogitados todos os dias. Certamente, nem todos estarão na urna eletrônica (outros não citados poderão estar), mas vale a pena atualizar o cenário, possibilitando as primeiras análises das perspectivas para o futuro da política paranavaiense.
Iniciando pelos ex-prefeitos, um dos nomes colocados desde o fim das eleições do ano passado é o de Antonio Teruo Kato. Deputado estadual por duas legislaturas, tentou ser federal em 2014, mas ficou na segunda suplência do PMDB com 52.260 votos.
Desde então, é cogitado para a disputa rumo ao Palácio Ivaí. Questionado sobre ser candidato, manteve a sua característica: “Só Deus sabe”. Instigado, detalhou que atualmente está dedicado às empresas da família e por isso não pode tomar tal decisão.
Ele admitiu possibilidade remota de sair do PMDB por conta da divisão verificada no Diretório Estadual. No âmbito local não tem qualquer problema, diz. Conclui que é preciso se sentir bem no partido.
Caso opte por deixar a legenda, tem até setembro deste ano para decidir (a legislação eleitoral exige um ano de filiação partidária até a data do pleito). Aliado do governador Beto Richa durante todo o primeiro mandato, pode encontrar um caminho no PSDB (não dito por ele).  
Outro ex-prefeito em compasso de espera é Maurício Yamakawa. Filiado ao PP, admite a possibilidade de disputar, mas a exemplo de Teruo Kato, a decisão passa por questões familiares e empresariais (está transferindo a administração das empresas para os filhos).
Resolvidas as pendências pessoais, diz que vai tentar viabilizar alianças. Admite que se afastou do PT após as eleições de 2012, quando participou da dobradinha que tinha a sua esposa, Toshie Yamakawa, candidata a vice na chapa de César Alexandre.
Também se afastou do PSDB e, por consequência do governador Beto Richa, ainda durante as conversas para as eleições 2012. Na época reclamou da falta de apoio interno.
Outro nome em todas as listas é o do vereador Roberto Picorelli (Pó Royal). Ele admite ser candidato a prefeito, a vice ou até mesmo renovar o mandato na Câmara de Paranavaí.
Não esconde que o seu projeto é ser deputado estadual (ou até federal, caso passe o voto distrital na reforma política). Ele fez 35.625 votos em 2014, ficando na primeira suplência do PSL.
Com o capital político acumulado, Pó Royal é cortejado por uma vertente política. Ele admite conversas com Teruo Kato e Yamakawa. Direto, admite que pode dobrar com um deles, mas transfere para o seu grupo de apoio a decisão final.
“Vamos decidir em conjunto. O grupo vai conversar com todos”, avisa, destacando que tem compromisso com o deputado federal Ricardo Barros (PP), de quem recebeu apoio no ano passado.
Nome obrigatório em todas as listas recentes, o líder classista Maurício Gehlen prefere cravar que não é candidato. Mas, complementa que não está fora de cogitação, desde que seja uma vontade do grupo de lideranças do qual faz parte, “pelo bem da cidade”.
Gehlen esbarra numa questão ideológica – não está (e nunca foi) filiado a nenhum partido político, condição elementar, pelo menos por enquanto, para pleitear um cargo eletivo. Questão Ideológica porque, embora tenha convites de diversas siglas, lamenta que a maioria dos partidos do Brasil esteja com problemas.
Ele complementa que várias legendas o convidaram, inclusive através de lideranças estaduais e nacionais. Antecipa que vai conversar com todos que o procurarem e aguardar o desfecho da reforma política. Por fim, reforça o recado: “Se a eleição fosse hoje, eu estaria fora”.
Nome certo na urna eletrônica é do ex-vereador César Alexandre (PT), que antecipa participação em qualquer cenário. Será a terceira disputa consecutiva.
Candidato nas duas últimas eleições, obteve a votação mais expressiva no pleito de 2012, quando somou 19.606 votos, equivalentes a 43,05% do total.
O atual prefeito, Rogério Lorenzetti, do PMDB, obteve 24.418 votos ou 53,62% dos válidos. Foi o primeiro prefeito reeleito da história de Paranavaí.
Conforme analisa Alexandre, a participação anterior o credencia, tendo como referência a história recente das eleições em Paranavaí. Todos os eleitos participaram de mais de um pleito, comenta. A exceção foi José Augusto Felippe, em 1992, eleito na primeira disputa. Ainda assim, adverte, foi a continuação de Rubens Felippe, quando ainda não havia reeleição.
César Alexandre diz que é cedo para falar em composições e admite conversar com várias correntes políticas, incluindo o grupo que participou em 2012. Por enquanto, interpreta, todos estão tentando se viabilizar, o que deve estender a decisão até o meio do ano que vem, prazo final das convenções.
Paranavaí também deverá ter a sua candidatura alternativa de esquerda. O professor Ivan Ramos Bernardo, do PSTU, confirma conversas adiantadas com o PSOL para o lançamento de Alcione Messias de Jesus, professor aposentado nas disciplinas de História e Geografia.
Nesta composição, o PSTU indicaria o vice, advogado Marcos Aurélio. A chapa de vereadores contaria com Ivan Ramos Bernardo e outros nomes a definir. O trabalho agora é para agregar a este grupo o PCB, em formação na cidade de Paranavaí.
Conforme antecipado no início desde texto, estamos diante de conjecturas, podendo ser confirmadas ou não ao longo dos próximos meses. Por isso, as rodas políticas não descartam outros nomes em evidência, tais como os dos ex-prefeitos José Augusto Felippe e Rubens Felippe, bem como dos industriais Ivo Pierin Júnior e Gilberto Pratinha, além de Fernando Carvalho, filho do ex-prefeito José Vaz de Carvalho, e do integrante do primeiro escalão de Paranavaí, Nivaldo Mazzin.
Também o deputado estadual Tião Medeiros surge como possibilidade, cogitado já no pleito anterior (2012). Se reforçou ao conquistar 31.875 votos no ano passado, conquistando uma cadeira na Assembleia Legislativa. Na condição de parlamentar, certamente terá participação importante – na urna ou como apoiador.