Corinthians busca o bicampeonato mundial

YOKOHAMA, JAPÃO – Campeão mundial ou não, o Sport Club Corinthians Paulista sairá de campo neste domingo mais rico e mais famoso.
Um triunfo contra o Chelsea em Yokohama, no Japão, na decisão do Mundial de Clubes, às 8h30 (de Brasília), significa pôr o clube paulista no hall dos grandes do mundo só cinco anos depois de ter enfrentado o rebaixamento para a Série B do Brasileiro.
O time soube se reerguer. Com boas relações políticas, iniciou sua transformação – o ex-presidente Andres Sanchez sempre teve acesso ao corintiano e ex-presidente Lula.
O pentacampeão Ronaldo, que chegou ao Parque São Jorge em 2008, também foi decisivo na edificação deste novo Corinthians, principalmente fora de campo, atuando como "embaixador" ao intermediar acordos com possíveis parceiros comerciais.
A equipe aposentou o terrão, campo onde eram feitas as peneiras e onde foram revelados ídolos como o goleiro Ronaldo e o atacante Viola, e gastou quase R$ 30 milhões para montar seu centro de treinamento na zona leste de São Paulo, inaugurado em 2010, ano do centenário.
Assim, nos últimos cinco anos, o Corinthians deixou de ser o time sem estádio, sem CT e sem passaporte para ser um modelo a ser seguido. Em 2013, só os patrocínios de sua camisa renderão R$ 50 milhões, sem contar os outros R$ 300 milhões que receberá da Nike até 2022.
Derrotar o Chelsea dará o equivalente a mais R$ 10,5 milhões ao clube e colocará fim ao estigma de que o Corinthians só ganhou o mundo em solo brasileiro.
O bicampeonato elevaria o time ao mesmo patamar do Barcelona, único a vencer duas vezes o Mundial de Clubes da Fifa em seu novo formato.
Seria conquistar o título dos títulos, segundo o presidente do clube, Mário Gobbi. A coroação de quem foi parar no Japão movido por um esquadrão de jogadores que não são tratados como astros.
Ainda assim, o Corinthians pode ganhar o mundo sem jamais ter perdido a essência de time do povo. O ambiente conturbado e mambembe que não priorizava o profissionalismo se transformou em uma máquina gerencial que explora justamente sua principal marca: a torcida.
As portas dos hotéis em que se hospedou em Dubai, Nagoya e Yokohama estiveram sempre escancaradas ao público. Jogadores passeavam pelas ruas acompanhados por jornalistas e torcedores. Sob as ordens de Tite, treinos eram abertos para que os atletas pudessem sentir de perto o apoio dos seus fãs.
Não por acaso, foi a torcida a principal personagem da campanha deste Mundial.
Assim como na quarta-feira, quando pelo menos 20 mil corintianos estiveram em Toyota, a expectativa neste domingo é de uma nova invasão.
Pelas ruas do Japão, relatos de pessoas de todas as classes sociais e de todas as partes tentam explicar a paixão que fez a multidão deslocar-se a outro continente.
Neste domingo, milhões de pessoas acordarão cedo para ver este Corinthians enfrentar as libras que movem o Chelsea, clube de um bilionário russo, que investiu pesado para ganhar a Copa dos Campeões e chegar até o Mundial.

CORINTHIANS
Cassio; Alessandro, Chicão, Paulo André e Fabio Santos; Paulinho, Ralf, Danilo, Jorge Henrique e Emerson; Guerrero. Técnico: Tite
 
CHELSEA
Cech; Ivanovic, Cahill, David Luiz e Cole; Mikel, Ramires, Oscar, Mata e Hazard; Torres. Técnico: Rafa Benítez
 
Árbitro: Cuneyt Cakir (TUR)
Local: Estadio Internacional de Yokohama

NA TV
Corinthians x Chelsea
8h30 Band, Globo, BandSports