CPI terá “resultado prático zero”, diz Temer
NOVA YORK – O vice-presidente Michel Temer diz que eventuais CPIs da Petrobras não vão afetar a campanha eleitoral e que "o resultado prático delas é zero".
Afirma que instalar as comissões "só pode ser uma razão eleitoral", pois a Polícia Federal e o Ministério Público já abriram inquérito para investigar temas relacionados à estatal, como a compra da refinaria de Pasadena (EUA) por US$ 1,18 bilhão, após ela ter custado à empresa belga Astra Oil US$ 42,5 milhões em 2005.
Para o vice, o clamor da classe média "não tem nada a ver" com a crise na estatal brasileira, e sim com "coisas triviais", como um "sujeito que comprou seu carrinho e demora três horas para ir e três para voltar", ou "entra no metrô e fica ensardinhado, que nem sardinha em lata".
Em passagem por Nova York, Temer alfinetou o presidenciável Eduardo Campos. Na quinta-feira, o pessebista chamou o ex-presidente Lula, de quem foi ministro da Ciência e Tecnologia, de "querido amigo" ao deixar o governo de Pernambuco para disputar o Planalto.
"As falas [dele] têm sido: o Brasil precisa mudar. Mas não peguei bem onde tem que mudar. Vejo que falou bem do Lula porque o Lula ajudou muito. Quando fala da presidente Dilma, é uma fala um pouco genérica. Tem que mudar o jeito? Talvez eliminar o Bolsa Família, talvez o Pronatec, o Fies, as desonerações tributárias, a desoneração da folha de pagamento? Onde vai mudar?"
Temer conversou com a Folha de S.Paulo e mais dois jornais brasileiros por meia hora, numa sala do hotel Four Seasons a poucas quadras do Central Park, após participar de evento da revista "Foreign Affairs".
Na palestra, sua missão era "vender o Brasil" para uma plateia de conterrâneos e americanos.
Seu discurso começou em 1891, com a primeira Constituição do país. Pulou para a era Vargas ("movimento mais centralizar e autoritário"), o período entre 1946 e 1964 ("crises sobre crises, apesar da dicção democrática") e a ditadura militar ("maior período de crises"), até chegar à Constituição de 1988.
Para serenar ânimos do empresariado, ele ressaltou que ao rebaixar a nota de avaliação do país (de "BBB" para "BBB-"), a agência Standard & Poor’s "não baixou [a nota para] investimento, que é o mais importante. No dia em que sugerir não investimento, aí que fica grave".
Disse que, após aplicar princípios liberais e promover a ascensão social, o Brasil vive agora a "democracia da eficiência", em que a população cobra por melhor serviço público. Os protestos que tomaram as ruas em junho de 2013, continua Temer, "não assustaram" o governo, pois foram "fruto dessa ascensão social" num país que, após pôr em prática uma "peça de museu" (impeachment de Collor), elegeu "um intelectual, um operário e uma mulher".
Mais tarde, no hotel, Temer revelou que pretende escrever seu primeiro romance ("uma experiência fictícia"), depois de estrear na poesia em 2013, com "Anônima Intimidade", coletânea de 120 poesias que rabiscou em guardanapos "Por que não paro? Por que prossigo?", o autor indagou no poema "Por Quê?".
Para a plateia americana, ele discorreu sobre outros porquês: se vale a pena investir no Brasil agora, por exemplo, num momento em que as perspectivas para inflação e juros pioraram.
Na segunda-feira, ele irá encerrar o evento "Brics no mundo: uma visão estratégica e política", a convite do empresário Mario Garnero.
São esperados mais de 200 líderes empresariais e acadêmicos no hotel Plaza em Nova York, segundo a organização.
Afirma que instalar as comissões "só pode ser uma razão eleitoral", pois a Polícia Federal e o Ministério Público já abriram inquérito para investigar temas relacionados à estatal, como a compra da refinaria de Pasadena (EUA) por US$ 1,18 bilhão, após ela ter custado à empresa belga Astra Oil US$ 42,5 milhões em 2005.
Para o vice, o clamor da classe média "não tem nada a ver" com a crise na estatal brasileira, e sim com "coisas triviais", como um "sujeito que comprou seu carrinho e demora três horas para ir e três para voltar", ou "entra no metrô e fica ensardinhado, que nem sardinha em lata".
Em passagem por Nova York, Temer alfinetou o presidenciável Eduardo Campos. Na quinta-feira, o pessebista chamou o ex-presidente Lula, de quem foi ministro da Ciência e Tecnologia, de "querido amigo" ao deixar o governo de Pernambuco para disputar o Planalto.
"As falas [dele] têm sido: o Brasil precisa mudar. Mas não peguei bem onde tem que mudar. Vejo que falou bem do Lula porque o Lula ajudou muito. Quando fala da presidente Dilma, é uma fala um pouco genérica. Tem que mudar o jeito? Talvez eliminar o Bolsa Família, talvez o Pronatec, o Fies, as desonerações tributárias, a desoneração da folha de pagamento? Onde vai mudar?"
Temer conversou com a Folha de S.Paulo e mais dois jornais brasileiros por meia hora, numa sala do hotel Four Seasons a poucas quadras do Central Park, após participar de evento da revista "Foreign Affairs".
Na palestra, sua missão era "vender o Brasil" para uma plateia de conterrâneos e americanos.
Seu discurso começou em 1891, com a primeira Constituição do país. Pulou para a era Vargas ("movimento mais centralizar e autoritário"), o período entre 1946 e 1964 ("crises sobre crises, apesar da dicção democrática") e a ditadura militar ("maior período de crises"), até chegar à Constituição de 1988.
Para serenar ânimos do empresariado, ele ressaltou que ao rebaixar a nota de avaliação do país (de "BBB" para "BBB-"), a agência Standard & Poor’s "não baixou [a nota para] investimento, que é o mais importante. No dia em que sugerir não investimento, aí que fica grave".
Disse que, após aplicar princípios liberais e promover a ascensão social, o Brasil vive agora a "democracia da eficiência", em que a população cobra por melhor serviço público. Os protestos que tomaram as ruas em junho de 2013, continua Temer, "não assustaram" o governo, pois foram "fruto dessa ascensão social" num país que, após pôr em prática uma "peça de museu" (impeachment de Collor), elegeu "um intelectual, um operário e uma mulher".
Mais tarde, no hotel, Temer revelou que pretende escrever seu primeiro romance ("uma experiência fictícia"), depois de estrear na poesia em 2013, com "Anônima Intimidade", coletânea de 120 poesias que rabiscou em guardanapos "Por que não paro? Por que prossigo?", o autor indagou no poema "Por Quê?".
Para a plateia americana, ele discorreu sobre outros porquês: se vale a pena investir no Brasil agora, por exemplo, num momento em que as perspectivas para inflação e juros pioraram.
Na segunda-feira, ele irá encerrar o evento "Brics no mundo: uma visão estratégica e política", a convite do empresário Mario Garnero.
São esperados mais de 200 líderes empresariais e acadêmicos no hotel Plaza em Nova York, segundo a organização.