Crea-PR fiscaliza obras de construção e reforma

Sessenta por cento das obras fiscalizadas pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR) apresentam algum tipo de irregularidade. A maioria diz respeito à parte de documentação. Por isso, uma força-tarefa foi realizada ontem em Paranavaí, totalizando aproximadamente 40 visitas.
O supervisor de fiscalização do Crea-PR Djalma Bonini Junior explicou que entre as principais faltas cometidas ao longo de uma obra de construção ou reforma está a falta de registro do engenheiro civil e da empresa que está executando os serviços. A irregularidade resulta em notificação.
A partir daí, são dez dias para que o problema seja resolvido. Se nenhuma medida for tomada para resolver a situação, o Crea-PR pode aplicar multa que varia de R$ 100 a R$ 5.000. Vale para obras pequenas ou grandes, conforme explicou Bonini Junior.
Ele informou que em 2013 foram feitas 1.479 fiscalizações. No ano seguinte, o número passou para 1.833. De janeiro de 2015 até a última terça-feira, 975 visitas tinham sido realizadas pelos fiscais do Crea-PR.
Em relação à quantidade de Anotações de Responsabilidade Técnica (ARTs), que certificam a presença de um profissional responsável pelo empreendimento, de janeiro até agosto deste ano foram quase 6% a mais do que no mesmo período de 2014. “Significa que as obras estão acontecendo”, disse o inspetor de fiscalização.
O presidente da Associação Profissional dos Engenheiros e Arquitetos de Paranavaí (Apeap), João Artur Casado, explicou que a necessidade de realizar a força-tarefa foi identificada em uma reunião de inspetoria. Trata-se de um encontro entre representantes de diferentes profissionais entidades que atuam no setor da construção civil.
“Percebemos a necessidade de dar mais visibilidade para o Conselho [Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná] e garantir valorização dos profissionais”. Além disso, disse Casado, a fiscalização coíbe o exercício leigo da profissão.
O presidente da Apeap destacou que pequenas obras e reformas muitas vezes são executadas sem os devidos cuidados: edículas, fachadas, mudanças em telhados ou muros. “A má prática cria patologias na construção”, afirmou, citando como exemplos rachaduras, trincas e descascamentos. Assim, a fiscalização é também um serviço para a sociedade, à medida que proporciona mais qualidade ao empreendimento.