Crianças precisam receber imunização contra pólio e sarampo

A partir desta segunda-feira (6), unidades de saúde de todo o Brasil realizarão a Campanha Nacional de Vacinação contra Poliomielite e contra Sarampo. A ação desenvolvida pelo Ministério da Saúde (MS) é voltada para crianças com idades entre um e quatro anos.
Durante todo o mês, todas as crianças precisam ser levadas a um posto de saúde para receber imunização, mesmo que já tenham sido vacinadas. É necessário levar a carteirinha de vacinação, para que a equipe técnica faça as devidas avaliações do histórico vacinal.
Chefe de Vigilância Epidemiológica da 14ª Regional de Saúde de Paranavaí, Samira Silva explicou que a vacina contra o sarampo também tem eficácia na prevenção de caxumba e rubéola – é a chamada tríplice viral.
A grande preocupação do MS é com o crescente número de casos de sarampo no Brasil. Já são 280 confirmações da doença e 106 suspeitas. Além disso, foram registradas quatro mortes provocadas por sarampo.
A campanha se estenderá até 31 de agosto, tendo 18 de agosto como Dia D. Nessa data, um sábado, todas as unidades de saúde abrirão das 8 às 17 horas para aplicar doses das vacinas na população.
CAPACITAÇÃO – Na quinta-feira (2), 70 profissionais de saúde de todo o Noroeste do Paraná estiveram em Paranavaí e participaram de uma reunião técnica sobre a campanha de vacinação. Na ocasião, foram orientados sobre armazenagem e aplicação das doses.
Também receberam informações sobre como alcançar o maior número possível de crianças e sobre a importância de conversar com pais, mães e responsáveis legais para falar sobre a eficiência da vacinação.
EFICÁCIA DA VACINA – Samira Silva destacou que as vacinas são altamente eficazes e de extrema segurança. São produzidas por estudiosos e profissionais capacitados e passam por inúmeros testes de controle de qualidade.
Quanto mais pessoas estiverem imunizadas contra os vírus, menor será a incidência dessas doenças. “A população precisa estar homogênea”, disse a chefe regional de Vigilância Epidemiológica. Significa que todos os municípios precisam ter alta cobertura vacinal. Então, mesmo que haja circulação viral, as doenças não se manifestarão.
MOVIMENTO ANTIVACINA – Os últimos anos fizeram aumentar o número de pessoas que se posicionam contra a vacinação. Um dos argumentos utilizados pelo grupo é que vacinas provocam autismo.
Há quem acredite que as vacinas são utilizadas exclusivamente como geradoras de lucro pela indústria farmacêutica. Ou, ainda, que sejam usadas pelos governos como forma de controlar a população.
O movimento antivacinação se consolidou principalmente nos Estados Unidos e em países da Europa, mas também tem gerado problemas no Brasil. Basta ver a queda da cobertura vacinal nos últimos anos.
De acordo com levantamento do Ministério da Saúde, o alcance da vacina contra poliomielite era de 95,3% em 2015. Caiu para 84,4% no ano seguinte. Chegou a 78,5% em 2017.
No caso do sarampo, da caxumba e da rubéola, o MS também constatou redução no número de pessoas imunizadas. O alcance vacinal era de 96,9% em 2015. Foi para 89,5% em 2016. Teve redução e chegou a 78,2% no ano passado.
O retorno do sarampo Brasil, que havia eliminado casos da doença, é resultado da diminuição na quantidade de pessoas imunizadas. De acordo com Samira Silva, mais de 60% dos municípios estão suscetíveis a surtos de doenças infecciosas por falta de vacinação.
A situação é preocupante no Noroeste do Paraná. Considerando as vacinas de rotina e o alcance à população, existem 21 municípios da região com alto risco de surtos por falta de imunização. Dois foram classificados como de médio risco. Três estão na categoria de baixo risco. E dois foram considerados com risco muito baixo.
Nesse sentido, é necessário destacar que antes da propagação das vacinas, a mortalidade de crianças no Brasil era altíssima. No início do século passado, por exemplo, uma em cada cinco crianças de até cinco anos de idade morria de alguma doença infecciosa.

RESPONSABILIDADE DOS PAIS

Pais, mães e responsáveis legais têm obrigação de levar as crianças aos postos de saúde para serem vacinadas. É lei. Quando não cumprem essa determinação, ficam sujeitos a punições.
A orientação é que os agentes comunitários de saúde informem ao Conselho Tutelar sempre que uma família se negar a apresentar crianças para serem imunizadas. Se a negativa persistir, o Ministério Público é acionado para tomar as providências cabíveis contra os adultos.

Pais têm obrigação de levar as crianças
para serem vacinadas. É lei. Quando
não cumprem essa determinação,
ficam sujeitos a punições