Crimes de violência sexual estão em alta

Enquanto a maioria dos crimes teve índices menores nos seis primeiros meses deste ano em relação ao mesmo período do ano passado no Paraná  segundo Relatório Estatístico Criminal do 1º Semestre de 2018, divulgado na semana passada pela Secretaria de Estado da Segurança Pública – o número de crimes contra a dignidade sexual registrados teve crescimento de 13,78%.
Uma análise rápida dos dados leva a crer que os crimes que envolvem violência sexual estão em tendência de alta, na contramão dos outros índices, em que foram observadas quedas.
Segundo a Sesp, os crimes contra o patrimônio caíram 10,68% no primeiro semestre deste ano; o número de furtos teve queda de 5,95% no mesmo período; os roubos caíram 25,62%; os furtos de veículos, 11,59%; os roubos de veículos, 31,26%; e as lesões corporais, 1,35%.
A alta, no entanto, pode estar relacionada ao maior número de notificações, incentivados pela Lei Maria da Penha e pela divulgação de casos que chocam a sociedade.
O aumento no número de notificações é observado no dia a dia do IML (Instituto Médico Legal). Na maioria das vezes a vítima já sofreu algum tipo de violência sexual antes de denunciar o caso.
Segundo o Ministério Público do Paraná, 70% das vítimas de violência sexual são crianças e adolescentes e a faixa-etária mais atingida fica entre 4 e 14 anos de idade.
Estudos mostram ainda que 75% das vítimas são meninas e mais de 70% desse tipo de violência é praticada dentro de casa, por pais, padrastos ou parentes próximos.
De acordo com Maria Letícia Fagundes, crianças de até 12 anos, de ambos os sexos, são mais vítimas de atos libidinosos. Dos 12 anos em diante, as meninas passam a ser a maioria esmagadora das vítimas – cerca de 90%, segundo dados de 2015. Ela avalia que os números tendem a crescer nos próximos anos.
AUMENTO EM PARANAVAÍ – De 26 cidades paranaenses analisadas no Relatório Estatístico, só três tiveram menos notificações de crimes contra a dignidade sexual em relação aos seis primeiros meses do ano passado: Apucarana (queda de 15,7%), Umuarama (menos 6,72%) e Paranaguá (queda de 1,67%).
União da Vitória teve o maior aumento (68,4%), seguida por Paranavaí (67%), Telêmaco Borba (55%) e Rolândia (44,2%).
Em número absoluto, a cidade com o maior número de casos registrados entre janeiro e junho deste ano foi São José dos Pinhais: 560 (contra 533 no primeiro semestre de 2017). Curitiba aparece em segundo, com 425 (no primeiro semestre de 2017, foram 400).