Crise do setor da mandioca pode comprometer empregos
A crise na mandiocultura, com preço da raiz abaixo do custo de produção, pode estar afetando a geração de empregos no campo. Embora sem números oficiais, um indício é o volume de registros em Carteira para trabalhar na atividade.
O Sindicato Rural de Paranavaí e Região faz o serviço de regularização (registro em Carteira) dos trabalhadores que prestam serviços aos seus associados. Neste mês de janeiro foram apenas entre 30 e 40 registros.
Embora seja somente o começo do ano, um volume atípico (abaixo do normal) levando em conta a média anual de tal atendimento para os associados do setor, que chegou a 600 registros no ano passado, bem como o momento da safra. A base sindical de Paranavaí engloba outras quatro cidades: Amaporã, Mirador, Nova Aliança do Ivaí e Tamboara.
O contador do Sindicato, Dênis José Gimenez, explica que o número dá apenas uma noção, já que a maioria dos registros, sobretudo nas grandes empresas, acontece por outras vias, ou seja, através de mecanismos dos próprios empregadores (O serviço do Sindicato é exclusivo para associados).
OS TRABALHADORES – O Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Paranavaí e Região confirma a tendência de desemprego no setor da mandiocultura. Apesar de não ter dados que mostrem o número de profissionais envolvidos na produção, o presidente Lino Zanotto diz que atualmente “ninguém está contratando”. O resultado, conclui, é que “tem gente parada”.
Também a Agência do Trabalhador de Paranavaí não tem o número específico de trabalhadores envolvidos no cultivo da mandioca. Mas, o volume de pessoas desligadas dos seus empregos no mês de dezembro inclui também os trabalhadores da atividade mandioqueira e isso pesou para o saldo final.
No mês passado Paranavaí apresentou um saldo negativo geral de 603 empregos, como mostrou o Cadastro dos Empregados e Desempregados – Caged – do Ministério do Trabalho e Emprego. Foram 1.232 desligamentos contra apenas 629 contratações. No acumulado do ano a cidade teve saldo positivo de 698 empregos, totalizando 3.436 vagas entre 2009 e 2014.
Conforme amplamente divulgado, o setor do agronegócio foi o que mais pesou, com afastamentos significativos na citricultura e setor de cana-de-açúcar, aliás, situação que se repete sempre no mês de dezembro.
O volume total de demissões no campo chegou a 288 trabalhadores, informa Lucas Baroni, diretor da Agência do Trabalhador. Os desligamentos aparecem no Caged de forma conjunta – agropecuária, extração vegetal, caça e pesca, portanto, incluindo também a mandiocultura.
CARTEIRA ASSINADA – Hoje a maioria dos trabalhadores da mandiocultura tem Carteira assinada. Dênis Gimenez informa que o salário base da categoria está em cerca de R$ 1.200,00. Na colheita, a maioria trabalha por empreita, ou seja, quanto mais colhe, mais ganha, geralmente acima do valor mínimo.
A crise na mandiocultura reflete diretamente na mão de obra porque se constitui no item que forma a maior parte do custo de produção – entre 50% e 60%, informa o Departamento de Economia Rural da Secretaria de Estado da Agricultura.
CENÁRIO DE ALTOS E BAIXOS – Em dezembro de 2013 a cotação oficial indicava R$ 550,00 a tonelada (Há depoimentos de produtores relatando preços superiores a R$ 600,00 a tonelada naquele ano). No mês de dezembro de 2014 a mesma tonelada foi vendida a R$ 219,00 – redução de 60,18%.
Atualmente a cotação média aponta R$ 178,00 a tonelada, pouco acima do preço mínimo da Companhia Nacional de Abastecimento – Conab – de 170,00. Mas, os produtores dizem que na prática o preço pode ser ainda menor – chegando a apenas R$ 140,00, abaixo do custo de produção, que também pode passar de R$ 200,00. Oficialmente tal custo está em R$ 196,43.
Para tentar reverter o cenário, os produtores prometem mobilização, na semana passada estiveram reunidos em Cidade Gaúcha e novas ações serão marcadas, como informou ao DN o produtor Dionísio Heidemann.
O Sindicato Rural de Paranavaí e Região faz o serviço de regularização (registro em Carteira) dos trabalhadores que prestam serviços aos seus associados. Neste mês de janeiro foram apenas entre 30 e 40 registros.
Embora seja somente o começo do ano, um volume atípico (abaixo do normal) levando em conta a média anual de tal atendimento para os associados do setor, que chegou a 600 registros no ano passado, bem como o momento da safra. A base sindical de Paranavaí engloba outras quatro cidades: Amaporã, Mirador, Nova Aliança do Ivaí e Tamboara.
O contador do Sindicato, Dênis José Gimenez, explica que o número dá apenas uma noção, já que a maioria dos registros, sobretudo nas grandes empresas, acontece por outras vias, ou seja, através de mecanismos dos próprios empregadores (O serviço do Sindicato é exclusivo para associados).
OS TRABALHADORES – O Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Paranavaí e Região confirma a tendência de desemprego no setor da mandiocultura. Apesar de não ter dados que mostrem o número de profissionais envolvidos na produção, o presidente Lino Zanotto diz que atualmente “ninguém está contratando”. O resultado, conclui, é que “tem gente parada”.
Também a Agência do Trabalhador de Paranavaí não tem o número específico de trabalhadores envolvidos no cultivo da mandioca. Mas, o volume de pessoas desligadas dos seus empregos no mês de dezembro inclui também os trabalhadores da atividade mandioqueira e isso pesou para o saldo final.
No mês passado Paranavaí apresentou um saldo negativo geral de 603 empregos, como mostrou o Cadastro dos Empregados e Desempregados – Caged – do Ministério do Trabalho e Emprego. Foram 1.232 desligamentos contra apenas 629 contratações. No acumulado do ano a cidade teve saldo positivo de 698 empregos, totalizando 3.436 vagas entre 2009 e 2014.
Conforme amplamente divulgado, o setor do agronegócio foi o que mais pesou, com afastamentos significativos na citricultura e setor de cana-de-açúcar, aliás, situação que se repete sempre no mês de dezembro.
O volume total de demissões no campo chegou a 288 trabalhadores, informa Lucas Baroni, diretor da Agência do Trabalhador. Os desligamentos aparecem no Caged de forma conjunta – agropecuária, extração vegetal, caça e pesca, portanto, incluindo também a mandiocultura.
CARTEIRA ASSINADA – Hoje a maioria dos trabalhadores da mandiocultura tem Carteira assinada. Dênis Gimenez informa que o salário base da categoria está em cerca de R$ 1.200,00. Na colheita, a maioria trabalha por empreita, ou seja, quanto mais colhe, mais ganha, geralmente acima do valor mínimo.
A crise na mandiocultura reflete diretamente na mão de obra porque se constitui no item que forma a maior parte do custo de produção – entre 50% e 60%, informa o Departamento de Economia Rural da Secretaria de Estado da Agricultura.
CENÁRIO DE ALTOS E BAIXOS – Em dezembro de 2013 a cotação oficial indicava R$ 550,00 a tonelada (Há depoimentos de produtores relatando preços superiores a R$ 600,00 a tonelada naquele ano). No mês de dezembro de 2014 a mesma tonelada foi vendida a R$ 219,00 – redução de 60,18%.
Atualmente a cotação média aponta R$ 178,00 a tonelada, pouco acima do preço mínimo da Companhia Nacional de Abastecimento – Conab – de 170,00. Mas, os produtores dizem que na prática o preço pode ser ainda menor – chegando a apenas R$ 140,00, abaixo do custo de produção, que também pode passar de R$ 200,00. Oficialmente tal custo está em R$ 196,43.
Para tentar reverter o cenário, os produtores prometem mobilização, na semana passada estiveram reunidos em Cidade Gaúcha e novas ações serão marcadas, como informou ao DN o produtor Dionísio Heidemann.