Crise econômica afeta popularidade de governos entre paranaenses

CURITIBA – A demora para a retomada do crescimento econômico e a manutenção de altos índices de desemprego no país afetam diretamente a popularidade dos governos federal e estadual entre os paranaenses.
A avaliação é do mais recente levantamento Fiep-Paraná Pesquisas sobre o cenário político e econômico, divulgado ontem.
No total, 70,9% dos entrevistados desaprovam a administração do presidente Michel Temer, índice bastante superior aos 45,6% registrados na pesquisa anterior, em agosto de 2016, quando ele ainda exercia o cargo interinamente.
A sondagem, que entrevistou 2.510 pessoas entre os dias 17 e 21 de março, tem margem de erro de dois pontos percentuais.
Em sentido contrário, a proporção de paranaenses que aprovam a gestão Temer caiu de 46,4% em agosto para 24,5% em março. Já quando questionados se consideram que a administração federal está indo melhor, pior ou igual ao que se esperava, novamente houve crescimento na insatisfação: 45,6% dos entrevistados dizem que o governo vem sendo pior do que suas expectativas, contra 20,6% de agosto.
Entre quem considera que a gestão vem sendo melhor do que se esperava, o indicador caiu de 23,6% para 15,7%. Outros 35,3% mantêm suas expectativas inalteradas em relação ao governo, ante os 52,6% do levantamento anterior.
GOVERNO DO ESTADO – No caso do governo do Estado, a insatisfação dos paranaenses em relação à administração Beto Richa, apesar de ainda bastante elevada, teve leve redução.
Enquanto em agosto 66,2% dos entrevistados desaprovavam sua gestão, em março o índice baixou para 63,9%. Já os que a aprovam passaram de 29,8% para 32,4%.
Em relação às expectativas, 52,8% dizem considerar que o governo estadual está indo pior do que se esperava, contra 36,2% que mantém as mesmas expectativas e 9% que dizem estar melhor do que o imaginado.
Para o presidente da Fiep, Edson Campagnolo, os resultados da pesquisa seguem a tendência nacional de insatisfação da sociedade em relação à classe política, que vem se agravando pela situação econômica do país e pelos seguidos escândalos de corrupção.
“A pesquisa mostra que as pessoas seguem bastante receosas em relação a sua situação financeira, com altos índices de entrevistados preocupados em perder sua fonte de renda”, diz.
“Isso é reflexo direto dos elevados níveis de desemprego no país e da demora para se perceber uma retomada do crescimento econômico. Além disso, a população está cada vez mais desconfiada em relação à classe política devido às inúmeras denúncias de corrupção que aparecem diariamente na imprensa”, completa.
Comprovando a afirmação de Campagnolo, a pesquisa mostra que 71,3% dos paranaenses se dizem muito preocupados quando questionados se tem algum temor em relação a ficar sem trabalho, perder o emprego, ter que fechar seu negócio ou perder a sua fonte de renda nos próximos 12 meses. Outros 16,4% afirmam se preocupar um pouco, enquanto 11,4% declaram não se preocupar. Os índices são praticamente os mesmo do levantamento de agosto de 2016.