Crônica de um grande jogo de futsal
Pra quem não é habitué dos jogos da São Lucas/Grupo Ivo, chegar ao Lacerda Braga foi a senha para perceber que seria uma grande noite. O aconchegante (acanhado, diriam alguns) ginásio pulsou já no canto do Hino Nacional e não parou mais.
Na condição de expectador (e somente esse é o meu olhar), dava para perceber um adversário forte, pressionando o time da casa e com posse de bola sufocante desde o primeiro apito de Mauro Fernandes de Souza.
Um domínio que ao final se mostrou relativo diante do poder de marcação do time da casa e excelentes defesas do goleiro verde e branco (contei pelo menos três espetaculares intervenções de Arielton até a metade da primeira etapa).
Mas, tanta pressão resultaria no primeiro gol da contenda, anotado pelo Umuarama numa disputa de mano entre atacante Willian e defensor da casa. Toque na saída do goleiro e bola mansa no fundo da rede, restando 10 minutos e 48 segundos – 00 x 01. Não dá pra chamar de falha. Coisas da dinâmica do jogo.
Não demorou muito – 15 segundos para ser preciso – e o São Lucas respondeu, numa saída treinada. Toque rápido de primeira de Jean Carlos para vencer o goleiro visitante, que só teve tempo para dar dois passos, mas sem explosão para alcançar a bola no canto direito. 01 x 01.
Depois do empate a temperatura baixou, mas a disputa pela bola permaneceu, com posse mais equilibrada entre as equipes, ainda com domínio visitante. Jogo duro e muito apoio da torcida, ajudando os jovens da casa na missão de parar o competitivo time de Umuarama.
Na segunda etapa o tempo permaneceu quente, com Umuarama pressionando. Numa arrancada, São Lucas/Grupo Ivo foi mais feliz, com Jean Carlos empurrando para as redes uma jogada bem tramada quando restavam 11 minutos e 26 segundos, segundo gol do artilheiro da noite – 02 x 01.
Diante do placar adverso, não demorou muito para o visitante colocar em quadra o goleiro linha, aumentando o poder de fogo. Muita bola lateral, mas sem grandes conclusões ou chances reais de gol.
Sobre esse detalhe deixo aqui a impressão do Pestana, atleta das antigas da São Lucas e uma das referências em quadra do futsal paranavaiense especialmente na década de 80 (do século passado?).
Pestana chamou atenção para o esquema tático armado pelo técnico Giuliano, que deu consistência defensiva, apesar do bombardeio adversário. “Ele gosta de treinar, fazer jogadas ensaiadas. Fechou a defesa”, elogiou.
Com a casinha fechada, o São Lucas ainda teve tempo de fazer o terceiro gol em rápida saída ao ataque (ou seria contra-ataque?) quando restavam 5 minutos e 5 segundos. Uma jogada individual abriu a defesa e decretou o resultado final com toque “tranquilo” de Hiago para as redes, completando um trabalho inteligente de equipe, vencendo o goleiro e os marcadores: 03 x 01.
O que rolou desde então foram novas tentativas infrutíferas dos visitantes e a marcação cerrada, embalada por um coro que vinha da plateia: “ôôô, o freguês voltou…”
Fim de jogo.