Curiosidades sobre o tomate… E um pouco de arte

“O tomate / plantado pelo senhor Suzuki, / trocado por dinheiro com o supermercado, / trocado pelo dinheiro que dona Anete trocou por perfumes extraídos das flores, / recusado para o molho do porco, / jogado no lixo / e recusado pelos porcos como alimento / está agora disponível para os seres humanos da Ilha das Flores.”
Esta é a narração que abre o documentário "Ilha das Flores", uma produção de Mônica Schmiedt, Giba Assis Brasil, Nôra Gulart e roteiro de Jorge Furtado.
Basicamente, o curta traz críticas às desigualdades sociais e a dificuldade das políticas públicas em encontrar formas de minimizar o desequilíbrio e amenizar a miséria de parte da população brasileira.
Ilha das Flores fica em Porto Alegre e é um local para depósito de lixo.
O interessante é que o tomate, protagonista do documentário, passa a ser muito mais que o simples fruto encontrado diariamente em feiras e supermercados. Ele se torna uma figura importante que nos leva a refletir quando mostra a rejeição pelos porcos e se torna iguaria disputada na mesa dos catadores de lixo.
Já "Tomates Verdes Fritos" filme estadunidense de 1991, do gênero comédia-dramática, traz a história de relações femininas, de superação, de amizade e de uma excelente contadora de história.
Tomates verdes fritos é um prato típico do sul dos Estados Unidos e é praticamente impossível não querer experimentá-lo após o filme.
"O ataque dos tomates assassinos", como o próprio título demonstra, é um filme de categoria B que tenta brincar com o nonsense, mas esbarra em uma produção de gosto duvidoso que chega a ser tediosa.
Obras diferentes com o mesmo personagem: o tomate.
O fato é que, apesar de fazer parte do nosso dia a dia, pouco se sabe sobre o produto das saladas mais comuns em nossas mesas.
Tomate é a fruta mais popular do planeta e sua produção chega a mais de 70 milhões de toneladas ao ano. A banana, segunda colocada, chega perto dos 45 milhões anuais e a pobre maçã, em torno de 38 milhões. O tomate, portanto, reina absoluto.
Há muita discussão se tomate é uma fruta ou um legume. Esta discussão acabou na Suprema Corte Americana em 1893 quando dois importadores de frutas nos Estados Unidos processaram um coletor de impostos por taxar um carregamento de tomates. Na época, legumes e vegetais eram taxados, frutos não. O tomate estava em franca ascensão e as taxas cobradas diminuíam consideravelmente a margem de lucro. Com alguns acertos e em uma decisão judicial inédita os tomates foram, então, reconhecidos como frutos, mas com a permissão de continuarem sendo chamados de vegetais ou legumes.
Botanicamente, o tomate é um fruto da mesma família das berinjelas, das pimentas e dos pimentões. E ao contrário do que muita gente pensa, não surgiu na Europa (Itália), apesar de ser tão popular por lá. Os tomateiros surgiram na América Central e na América do Sul.
Oficialmente o tomate foi descrito pela primeira vez em 1544, pelo botânico italiano Pietro Andrea Mattioli, cujo fruto descrito era de cor amarelada, daí o termo "pomo d oro" ou maçã de ouro.
Há, portanto, tomates de várias cores: vermelho, rosados, amarelos e laranja.
O que dá a cor característica ao tomate é um pigmento chamado licopeno, eficiente segundo vários estudos, na prevenção do câncer de próstata, melhoria do sistema imunológico, além de um excelente antioxidante.
Isso mesmo, consumir tomate retarda o envelhecimento das células, o que só torna este fruto ainda mais atraente.
Tomates também não são nada calóricos. Em 100 gramas estão contidas aproximadamente 30 calorias, além de vitaminas do complexo A e B, fósforo, potássio, ácido fólico, cálcio e frutose, ou seja, tomate “é o cara”!
O interessante é que mesmo com todas estas propriedades, os tomates não eram aceitos quando chegaram à Europa e foram, por muito tempo, cultivados apenas como plantas ornamentais. A razão? A conexão com uma planta usada em rituais de magia: a famosa mandrágora.
Somente a partir do século XVII é que o tomate deixou de ser um alimento “do mal”.
Os primeiros registros do consumo desta planta “tenebrosa” se deram com famílias judias da Inglaterra, sendo que a sua popularização só ocorreu mesmo no século XIX.
Atualmente o tomate é um dos principais ingredientes da culinária mediterrânea e um dos mais difundidos nos pratos em todo o mundo. O maior produtor é a China, seguido pela Índia. Outros produtores de destaque são os Estados Unidos, Turquia, Egito, Irã e Itália. O Brasil fica em oitavo lugar.
Na Espanha, o tomate é tão popular que virou motivo de festa, A “Tomatina” ocorre na última quarta-feira do mês de agosto desde 1940. Os mais de 40 mil participantes jogam tomates uns nos outros, pintam as casas com o vermelho da polpa do tomate e exibem suas produções, alimentos e derivados do tomate. Uma festa exótica que cresce a cada ano.
Apesar de tantas qualidades, muitos apontam os tomates como um dos alimentos com maior carga de agrotóxicos. É verdade. Portanto, requerem cuidado na higienização e no preparo.
Mas há orgânicos disponíveis e ainda a opção de cultivar seus próprios frutos. Há várias espécies que produzem em espaços mínimos, em vasos e em apartamentos. Tomates cultivados em casa têm outro sabor, é fato.
A verdade é que nos rendemos a eles e faz tempo… E cá entre nós, o que seria das pastas sem um maravilhoso molho de tomate? E das pizzas?
Tomates pequenos com torradas e queijo forte acompanhados de um bom vinho. Tomates verdes fritos, molhos maravilhosos e densos de tomates maduros, vinagretes, tomate recheado e assado com gengibre, tomates frescos e temperados na hora e até geleia de tomates.
Eis o pouco de história. E, para quem gosta de cinema e de tomates,
ficam as dicas…

Colaboração de Edeni Mendes da Rocha