Debatendo a adoção de crianças por casais homossexuais

Tiago Lomes

Tenho acompanhado no DN, durante esta semana, um debate aberto e democrático acerca da adoção de crianças abandonadas por “casais” homossexuais e percebo que é importantíssimo debater a respeito do tema.
No entanto, quero aprofundar o debate com o artigo de Gustavo Peres que opinou de forma democrática a respeito do assunto confrontando suas ideias com o professor Leandro Machado.
Num primeiro momento, Gustavo Peres disse que não podemos misturar política e religião, pois isto é esdrúxulo, ou seja, algo esquisito. Ora, não podemos separar as pessoas de suas convicções, por exemplo, como pode um cristão ser a favor de um aborto? Não podemos querer que as pessoas tragam consigo somente aquilo que as agradam, o intelecto e a espiritualidade caminham juntos, não podemos separar o corpo do espírito.
Em seguida, Gustavo se mostra favorável à adoção de crianças por casais homossexuais justificando para isso que pessoas que tiveram filhos de forma natural os abandonaram. Este problema tem suas raízes muito mais profundas do que podemos imaginar. Nossas políticas públicas não estão colaborando para amenizar o problema do abandono, pelo contrário, estamos presenciando dentro das nossas escolas públicas uma verdadeira doutrinação sexual através das aulas de “educação sexual”.
Nossas crianças estão sendo incentivadas por pessoas que se dizem bem intencionadas a iniciar sua atividade sexual muito antes da idade adulta, daí o motivo de tantas adolescentes despreparadas ficarem grávidas antes de atingirem uma maturidade mínima, antes mesmo de concluírem seus estudos.
Logo depois, Gustavo diz ser Católico Apostólico Romano. Muito bem. Vejamos então o que a Igreja diz a respeito: “A homossexualidade designa as relações entre homens e mulheres que sentem atração sexual, exclusiva ou predominante, por pessoas do mesmo sexo. A homossexualidade se reveste de formas muito variáveis ao longo dos séculos e das culturas. Sua gênese psíquica continua amplamente inexplicada.
Apoiando-se na Sagrada Escritura, que os apresenta como depravações graves, a tradição sempre declarou que "os atos de homossexualidade são intrinsecamente desordenados". São contrários à lei natural. Fecham o ato sexual ao dom da vida. Não procedem de uma complementaridade afetiva e sexual verdadeira. Em caso algum podem ser aprovados (Catecismo da Igreja Católica Parágrafo 2357).
Como se pode perceber, a Igreja respeita a lei natural instituída por Deus que é nosso Criador.
Quanto ao discurso de ódio que ele acusa o Professor Leandro de ter contra os homossexuais, me parece uma acusação bem típica de pessoas de esquerda, que não gostam de ser contrariadas. Ora, se vivemos num país livre e democrático devemos ter o direito de pensar diferente dos outros, e expressar sim a nossa crença.
Crença quer dizer que acreditamos em algo, como posso deixar de expressar aquilo que eu acredito. Quero salientar que o artigo escrito pelo Professor Leandro está de acordo com a doutrina bimilenar da Igreja Católica e que se não representa todos os Cristãos deveria ao menos representar os Cristãos Católicos, a não ser aqueles que são hipócritas e que rezam a oração do Credo da boca pra fora (Creio na Santa Igreja Católica). Ora, nossos argumentos são fortes e um debate sadio se faz desta forma.
Por fim, Gustavo citou o Art. 5° da Constituição Federal para dar respaldo as suas ideias, e eu também citarei o Art. 226 da CF: “A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. § 3º – Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento”.