Delegacia registra em média 80 casos de violência contra mulheres, por mês
A Delegacia da Mulher de Paranavaí registra, por mês, média de 80 casos de violência. A maior parte dos crimes ocorre dentro de casa, por familiares ou cônjuges. Em outubro, por exemplo, foram 86 inquéritos.
O problema se repete diariamente, atingindo maior incidência nos finais de semana, principalmente por causa do consumo de bebidas alcoólicas por parte dos agressores. “O homem chega bêbado, xinga, faz ameaças e agride”, disse a delegada da Mulher, Fernanda Bertoco Mello.
Segundo ela, não há dados científicos que comprovem a relação do alcoolismo com as agressões, mas os depoimentos feitos pelas vítimas revelam que eles estavam embriagados. Sem os efeitos da bebida, muitos não têm comportamentos violentos.
Em relatório divulgado pela Polícia Militar (PM) de Paranavaí, com ocorrências do último domingo (6), há cinco registros de ataques a mulheres. Todas foram no ambiente doméstico.
PROTEÇÃO – Fernanda explicou que nem todas as vítimas atendidas na Delegacia da Mulher concretizam denúncias contra os agressores. Algumas temem retaliação de forma ainda mais violenta. Quando isso acontece, é comum a situação se repetir. “Muitas acabam voltando para dar nova queixa”.
Por outro lado, há mulheres que aceitam as medidas protetivas e pedem o afastamento do homem da residência. Nesses casos, as vítimas recebem acompanhamento de assistentes sociais e ficam legalmente amparadas.
DENÚNCIA – A delegada informou que existem canais de comunicação para que qualquer tipo de violência contra mulheres seja denunciado. Um deles é o da Polícia Militar (disque 190). Também é possível informar pelo 181 Disque Denúncia e pela Central de Atendimento à Mulher (180).
De acordo com Fernanda, as denúncias pelo 181 podem ser anônimas. Não é necessário que o contato seja feito pela vítima. Alguém da vizinhança que testemunhe casos de agressão também pode solicitar apoio policial.
PODER PÚBLICO – Na semana passada, profissionais que atuam na saúde, na educação e na assistência social se reuniram em Paranavaí para uma videoconferência intitulada “Pelo Fim da Violência contra a Mulher”. Na ocasião, debateram políticas públicas de proteção às vítimas.
Segundo a assistente social do setor regional de Vigilância em Saúde, Maria da Penha Francisco, as agressões atingem pessoas de diferentes classes sociais, origens, regiões, estados civis e níveis de escolaridade.
Os casos podem ser classificados das seguintes maneiras: violência doméstica, psicológica, física, moral, patrimonial e sexual, além do tráfico de mulheres.
Casos de violência registrados no domingo
De acordo com o relatório da Polícia Militar (PM) de Paranavaí, cinco casos de violência doméstica contra mulheres foram registrados no último domingo (6).
No Jardim Ipê, uma mulher de 57 anos sofreu agressão verbal do filho, que tentou bater nela. No Conjunto Habitacional Luiz Lorenzetti, a vítima foi uma mulher de 27 anos – o ex-namorado a agrediu e ainda quebrou a janela da cozinha.
Outro registro feito pela PM foi no Conjunto Habitacional Hélio Lopes. O homem chegou em casa com sinais de embriaguez e danificou a porta de casa e outros objetos. Depois, fez ameaça de morte à companheira, que tem 23 anos.
Houve ainda o caso de uma mulher de 27 anos agredida pelo ex-marido. Ele estava embriagado e bateu nela com um cabo de vassoura.
O último caso atendido pela PM no domingo foi o de uma jovem de 28 anos de idade, no Conjunto Habitacional Geraldo Felipe. Com uma faca na mão, o ex-namorado fez ameaças à vítima.