Dengue: Situação no Noroeste do Paraná continua preocupante

A culpa deve ser compartilhada: moradores, empresários e poder público. Todos têm responsabilidades quando o assunto é combate ao Aedes aegypti, mosquito que transmite dengue, chikungunya, zika e febre amarela. 
Quem faz a ponderação é o chefe regional da Divisão de Vigilância em Saúde, Walter Sordi Júnior. Segundo ele, os altos índices de infestação pelo inseto deixam o Noroeste do Paraná em situação temerária, com riscos de epidemia.
Alguns fatores contribuem para que a quantidade de mosquito seja alta em quase todos os municípios da região. O primeiro diz respeito aos hábitos da população, entre os quais, o descarte irregular de lixo e a falta de cuidados dentro e fora de casa.
Qualquer recipiente que acumule água tem possibilidade de se tornar criadouro do Aedes aegypti. Considerando a quantidade de chuva que caiu sobre a região em semanas anteriores e as altas temperaturas, a tendência é que a infestação aumente.
Para se ter uma ideia, apenas um município do Noroeste do Paraná apresenta índice menor do que o limite estabelecido pelo Ministério da Saúde (1%): em Jardim Olinda, o levantamento apontou 0,5% de infestação.
Há locais em que o índice está próximo de 1%, como é o caso de Mirador (1,4%), Paraíso do Norte (1,8%), Santa Cruz de Monte Castelo (1,3%), Santa Mônica (1,1%) e São Carlos do Ivaí (1,3%). 
Alto Paraná, Guairaçá, Marilena, Paranapoema, Paranavaí, Santa Isabel do Ivaí, São Pedro do Paraná, Tamboara e Terra Rica registraram entre 2% e 3,9% de infestação por Aedes aegypti.
Os demais municípios ficaram acima dos 4%. Os casos mais graves estão em Amaporã (12,87%), Diamante do Norte (7%), Loanda (6,9%), São João do Caiuá (5,7%) e Nova Londrina (5,6%).
De acordo com o chefe de Vigilância em Saúde, a grande quantidade de mosquitos expõe a população ao risco de epidemia de dengue, mas não somente isso: outras doenças podem se espalhar graças à ação do Aedes aegypti.
Por enquanto não foram registrados casos de chikungunya, zika e febre amarela, mas há circulação viral em várias regiões do Brasil. A chegada de um desses vírus ao Noroeste do Paraná pode acontecer a qualquer momento.
A realização da ExpoParanavaí é uma das ocasiões que preocupa, já que pessoas de muitos estados diferentes vêm a Paranavaí. Além dos visitantes, o evento reúne trabalhadores que podem ter sido contaminados com um dos vírus.
Pensando em evitar a transmissão, a Administração Municipal iniciou nesta semana o chamado bloqueio, que consiste na eliminação de focos de larvas do Aedes aegypti e na pulverização de veneno. 
De acordo com a chefe municipal de Vigilância em Saúde, Verônica Moraes Francisquini Gardin, o bloqueio está sendo realizado não somente no parque de exposições, mas, também, nos bairros próximos.