Desenvolvimento infantil é o item mais bem avaliado no IDF
A nota mostra que, em média, crianças e adolescentes das famílias pobres brasileiras têm acesso a 85% dos direitos fundamentais da dimensão, cujos componentes medem, em resumo, nível educacional e ausência de trabalho infantil.
Uma das possíveis causas para o bom desempenho é o fato de que o Bolsa Família, que em outubro deste ano completa dez anos, condiciona a continuidade do repasse à frequência escolar dos filhos.
A nota indica que, quando essas crianças se tornarem adultas, boa parte delas terá uma maior educação formal do que a de seus pais e estará, portanto, em melhores condições para conseguir um emprego, por exemplo.
O IDF mostra que na maior parte dos Estados é superior a 90% o índice de famílias que mantém seus filhos com idade entre sete e 17 anos na escola. Proporção parecida é a de crianças e adolescentes alfabetizados e a de ausência na família de trabalho infantil.
GEOGRAFIA – As notas do IDF confirmam que, também em relação ao desenvolvimento dos pobres, o Sudeste e o Sul experimentam níveis de desenvolvimento superiores aos do Norte e Nordeste.
Das cinco unidades da Federação com melhor IDF, só a primeiro colocada (o Distrito Federal, com uma nota de 0,66) não é do Sul ou Sudeste. E todos os cinco piores colocados são do Norte ou Nordeste –com Pará e Acre na lanterna: nota geral de 0,56.
Índice é tentativa de criar amostragem mais completa
Indicador usado pelo governo federal para analisar a pobreza no país, o IDF (Índice de Desenvolvimento da Família) nasceu no segundo governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB) como uma tentativa de criar um indicador mais completo que o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) da ONU, aplicado em todo o mundo.
"Você não consegue calcular o IDH de uma pessoa. Você consegue calcular o IDH no máximo de um bairro. Só que as pessoas vivem em famílias e portanto era mais natural calcular que o índice de desenvolvimento de uma pessoa estava relacionado à família em que ela vive. Então, na verdade o IDF é o IDH de cada família", diz o economista Ricardo Paes de Barros. A demanda veio de Wanda Engel, então ministra de Assistência Social -hoje Ministério do Desenvolvimento Social.