“Desmame”
*Rogério J. Lorenzetti
A expressão, usada por alguns políticos para definir sua atuação frente aos prefeitos reeleitos no último ano de mandato, é uma brincadeira bem humorada que fala muito sobre como encaram esta situação, comum em democracias consolidadas como a nossa que pressupõe a alternância do poder. Para a maioria deles interessa o novo dirigente, que pode possibilitar o apoio nas eleições que se seguem.
Um executivo eleito, como eu, tem que se voltar a concluir as obras iniciadas e preparar sua sucessão para que o novo prefeito (a) tenha as condições para iniciar bem o novo período administrativo que se avizinha.
Vou entregar uma cidade muito melhor que recebi e preparar uma boa peça orçamentária para ser usada naquilo que considero importante investir os recursos públicos. Como sempre fiz vou ouvir e dar autonomia aos servidores públicos e dirigentes das secretarias e Fundação Cultural, além das audiências públicas necessárias.
Embora seja um ano eleitoral, com algumas limitações impostas pela lei de responsabilidade fiscal, considero possível o novo dirigente, a ser eleito (a), ter as condições necessárias para conduzir bem o município, embora o Brasil atravesse uma crise de ordem política e econômica das mais graves que vivi nestes mais de 40 anos de vida profissional.
Meu secretário de Infraestrutura, Euripedes, costuma dizer que o impossível já fizemos nestes dois mandatos que vou concluir este ano, ficando para o próximo prefeito o que poderíamos chamar de cereja do bolo, que é embelezar a cidade e conservar os prédios e equipamentos públicos, inclusive continuar este trabalho de recuperação da malha viária antiga da cidade.
Ele não deixa de ter razão, pois nem eu nem os demais prefeitos, nos nossos melhores sonhos, imaginou que Paranavaí teria um volume de obras e ampliação dos serviços como foram realizados neste período, que entrará para a história como um dos mais produtivos, lançando a cidade em um novo patamar, conforme apurado pelos números levantados por diversos órgãos, da administração pública brasileira e demais auditorias privadas que se ocupam de avaliar as cidades.
Enfim, vamos torcer para que a crise não estrague parte do trabalho feito e que possamos concluir bem este mandato confiado pela maioria dos eleitores da cidade. E torço para que os demais dirigentes mundiais, nacionais e locais tenham a mesma sorte que sempre me sorriu no exercício do cargo.
Afinal, sem muito planejamento, articulação política, equipe comprometida, trabalho e uma boa pitada de sorte, fica difícil produzir os resultados que tivemos nestes últimos anos.
*Rogério J. Lorenzetti – Prefeito reeleito de Paranavaí