Dia 12 de outubro marca três efemérides nacionais

Se não caísse domingo, como hoje, o Dia 12 de Outubro seria Feriado Nacional. O principal motivo do feriado, de acordo com o calendário, é a comemoração da data consagrada à padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida. Na mesma data é comemorado o Dia da Criança e do descobrimento da América.

DIA DA CRIANÇA

A escolha da data se deu porque nesse mesmo dia, no ano de 1959, o UNICEF oficializou a Declaração dos Direitos da Criança. Nesse documento, se estabeleceu uma série de direitos válidos a todas as crianças do mundo como alimentação, amor e educação. No caso brasileiro, a tentativa de se padronizar uma data para as crianças aconteceu algumas décadas antes.
Em 1923, a cidade do Rio de Janeiro, então capital do Brasil, sediou o 3º Congresso Sul-Americano da Criança. No ano seguinte, aproveitando a recente realização do evento, o deputado federal Galdino do Valle Filho elaborou o projeto de lei que estabelecia essa nova data comemorativa. No dia 5 de novembro de 1924, o decreto nº 4867, instituiu 12 de outubro como data oficial para comemoração do Dia da Criança.
Entretanto, a data não se tornou uma unanimidade imediata. Somente em 1955 a data começou a ser celebrada a partir de uma campanha de marketing elaborada por uma indústria de brinquedos chamada Estrela.
Com isso, lançaram uma campanha publicitária promovendo a “Semana da Criança” com o objetivo de alavancar as vendas. Os bons resultados fizeram com que esse mesmo grupo de empresários revitalizasse a comemoração do “12 de outubro” criado pelo deputado Galdino.

DESCOBRIMENTO
DA AMÉRICA

Interessado em explorar os mares e as novas terras que ainda estavam por ser descobertas, o italiano de Gênova, Cristóvão Colombo, aos 41 anos de idade, em 1492, obteve recursos e consentimento dos Reis Católicos de Aragão e Castela – Fernando II e Isabel I – cuja união resultou na formação de Portugal, para realizar seu sonho.
A expansão marítima era de total interesse dos reinos europeus, com destaque para Portugal e Espanha, os mais interessados em ampliar suas possessões territoriais e descobrir novos caminhos marítimos como alternativas para a realização do comércio.

O objetivo maior era alcançar as Índias – nome que abrangia todo o Oriente -, grande abastecedora de especiarias e um novo ponto comercial de consumo.
A Armada da primeira viagem de Colombo, constituída pelos navios Santa Maria, Pinta – cujo capitão era Martín Alonso de Pizón – e Niña – comandada pelo capitão Vicente Yáñez Pinzón -, sai do porto espanhol de Palos em 03 de agosto de 1492.
No dia 12 de outubro ancora em uma ilha denominada pelos índios de Ilha de Guanahaní, porém batizada por Colombo com o nome de San Salvador (Bahamas), pensando ter alcançado as Índias. O primeiro desembarque deu-se na Baía Long, no litoral ocidental, local em que foram afixados o estandarte Real, pelo então denominado Almirante Colombo, e as demais bandeiras da Cruz Verde, fixadas pelos outros capitães. Estava descoberta a América.

PADROEIRA

O que motivou o feriado nacional, entretanto, foi o achado da imagem de Nossa Senhora Aparecida, consagrada como padroeira do Brasil. Há duas fontes sobre o achado da imagem, que se encontram no Arquivo da Cúria Metropolitana de Aparecida e no Arquivo Romano da Companhia de Jesus (Padres Jesuítas), em Roma.
Segundo estas fontes, em 1717 os pescadores Domingos Martins García, João Alves e Filipe Pedroso pescavam no rio Paraíba, na época chamado de rio Itaguaçu. Ou melhor, tentavam pescar, pois toda vez que jogavam a rede, ela voltava vazia, até que lhes trouxe a imagem de uma santa, sem a cabeça. Jogando a rede uma vez mais, um pouco abaixo do ponto onde haviam pescado a santa, pescaram, desta vez, a cabeça que faltava à imagem e as redes, até então vazias, passaram a voltar ao barco repletas de peixes. Esse é considerado o primeiro milagre da santa. Eles limparam a imagem apanhada no rio e notaram que se tratava da imagem de Nossa Senhora da Conceição, mas de cor negra.
Durante 15 anos, a imagem permaneceu com a família de Felipe
Pedroso, um dos pescadores, e passou a ser alvo das orações de toda a comunidade. A devoção cresceu à medida que a fama dos milagres realizados pela santa se espalhava. A família construiu um oratório, que, logo constatou-se, era pequeno para abrigar os fiéis que chegavam em número cada vez maior. Em meados de 1734, o vigário de Guaratinguetá mandou construir uma capela no alto do Morro dos Coqueiros para abrigar a imagem da santa e receber seus fiéis. A imagem passou a ser chamada de Aparecida e deu origem à cidade de mesmo nome.
A data comemorativa à Nossa Senhora Aparecida (aniversário do aparecimento da imagem no rio) foi fixada pela Santa Sé em 1954, como sendo 12 de outubro, embora as informações sobre tal data sejam controversas. É nesta época do ano que a Basílica registra a presença de uma multidão incontável de fiéis, embora eles marquem presença notável durante todo ano.
A imagem encontrada e até hoje reverenciada é de terracota e mede 40 cm de
altura. A cor original foi certamente afetada pelo tempo em que a imagem esteve mergulhada na água do rio, bem como pela fumaça das velas e dos candeeiros que durante tantos anos foram os símbolos da devoção dos fiéis à santa. Em 1978, após o atentado que a reduziu a quase 200 pedaços, ela foi reconstituída pela artista plástica Maria Helena Chartuni, na época, restauradora do Museu de Arte de São Paulo. Peritos afirmam que ela foi moldada com argila da região, pelo monge beneditino Frei Agostinho de Jesus, embora esta autoria seja de difícil comprovação.
(SB)