DILMA E OS NERVOS DE AÇO

A presidente Dilma Rousseff não faz um bom e tranquilo Governo até aqui. E, ao que tudo indica, o quatriênio que se inicia logo mais não promete. Ao contrário. A paz não reina no Planalto. O ex-presidente Lula pode até vir a público defender sua pupila, mas fará automaticamente, com espírito natalino e de renovação de calendário. Lula não morre de amores por Aloizio Mercadante, que vai continuar chefe da Casa Civil.  Deve ficar ressentido por ver Gilberto Carvalho longe do poder, embora com bala na agulha por dirigir uma entidade importante como o Sesi. Talvez não goste de ver o Governo com dois ministros da Fazenda, um preparando o amanhã, outro preparando as gavetas. Guido Mantega, aliás, não tem do que reclamar. Afinal, bateu todos os recordes de permanência na Fazenda, ainda que não respeitado pelas medidas que tomou por obrigação ou por crer no que fazia.
O ministro do Esporte, pastor George Hilton, ainda não tomou posse. Mas já estão lembrando das bagagens que transportou com farta dinheirama e a expulsão do antigo PFL. O ministro da Educação, governador Cid Gomes, não conseguiu os aplausos esperados. Outro ministério de compromissos de campanha. Tão nobre pasta entrou como barganha com a família Gomes, tendo à frente Ciro Gomes, ex-candidato à presidência da República e ex-outras coisas mais, até ex-Patricia Pillar.
Nada, porém, se iguala ao escândalo da Petrobras. Dilma pode manter Graça Foster no comando da poderosa ou ex-poderosa empresa estatal. Mas pipocam na imprensa internacional as informações sobre processos na justiça norte-americana. Poder ela pode. Mas convém? Fosse vivo, Nelson Gonçalves cantaria o seu “Nervos de Aço”, de saudosa memória que parece ter voltado incorporado ao vai-vem da Presidente da República. Então, felicidades. Teimosa, Dilma insiste que seus pontos de vista são os melhores. Alguns até podem ser. Alguém, algum dia, poderá contar-nos no que ela esteve certa. Por enquanto, é só esperança a partir de 2015.
Ora, se na própria cúpula do PT se encontram problemas de relacionamento e de aceitação dos quesitos levantados por Dilma, é bom pensar que o Ministério é composto de 39 ministros (se diminuíram é bom avisar) que os próprios não rezam pela mesma cartilha. E que os demais partidos aliados estão é se fixando em cada quinhão que lhes coube e vão procurar tirar partido da parte que lhes toca. O resto, é o resto.
Aqui por estas bandas, não temos dois secretários da Fazenda. Isto porque o atual titular Luiz Eduardo Sebastiani é um diplomata e um homem de educação refinada. Richa trata de acomodar seu pessoal. E não se fale em PSDB. Fale-se, isto sim, nos amigos de Richa. Todos eles pensando em causa própria, já que em cada esquina encontramos um candidato à sucessão do próprio. Se o secretário da Fazenda acertar, como querem ele, Richa, Serra e outros tantos, menos os que não tiveram coragem de contestar a vinda do ilustre economista, é muito bom. Pois que seja, ele, secretário, saindo-se bem, pois aí todos nós brindaremos. Afinal, jogamos todos no time do Paraná, o Estado.