Dilma faz balanço de medidas de estímulo à indústria e anuncia ampliação do Pronatec

BRASÍLIA – A presidente Dilma Rousseff reafirmou, durante a abertura do 7º Encontro Nacional da Indústria (ENAI 2012), ontem em em Brasília, o compromisso de seu governo com o aumento da competitividade do setor industrial brasileiro.
Dilma fez um balanço das medidas implantadas por seu governo para estimular o segmento. A presidente também anunciou a ampliação do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), que a partir do ano que vem aceitará também pessoas que já tenham concluído o segundo grau.
O discurso de Dilma foi acompanhado por cerca de 2 mil pessoas, incluindo diretores das Federações das Indústrias estaduais, presidentes de sindicatos e empresário. A Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) está representada no ENAI 2012 por uma comitiva de mais de 50 pessoas.
“Meu desafio é buscar maior competitividade sistêmica e setorial de todos os setores da economia, mas especialmente da indústria. Essa é uma questão central para o nosso desenvolvimento”, afirmou Dilma.
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, classificou como positivas as medidas adotadas pelo governo para estimular o setor industrial. “Temos um longo caminho a percorrer, mas estamos caminhando de maneira firme e segura. Por atos, mais do que com palavras, a presidente Dilma tem reconhecido a importância da indústria e tem se esforçado para reduzir os custos de produção”, disse.
O empresário João Alberto Soares de Andrade, diretor da Fiep e integrante do Conselho Regional do Senai no Paraná, disse acreditar que esse novo viés do Pronatec vai ampliar significativamente a demanda pelo programa.
“Em nossas empresas, temos muitos trabalhadores que já concluíram o segundo grau, mas que não podiam ser enquadradas no Pronatec para receber a capacitação técnica adequada”, explicou. “O único caminho para o desenvolvimento do País é a educação e, pela primeira vez, vejo a presidência da República buscando uma maior proximidade com o setor produtivo para colocar essa questão como prioridade”, completou.
Segundo o diretor do Senai no Paraná, Marco Secco, a ampliação do público atendido pelo Pronatec deve significar um salto expressivo no número de matrículas no programa no Estado. A meta é que sejam realizadas 55 mil matrículas no Paraná em 2013, mais que o dobro das 27 mil previstas para 2012.

Financiamento e burocracia
Aurélio Sant’Anna destacou como importante ainda outra iniciativa anunciada por Dilma na abertura do ENAI: a prorrogação, por mais um ano, do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), que possibilita às empresas adquirir máquinas e equipamentos com baixas taxas de juros, através de financiamento do BNDES. “Esse programa se encerraria agora em dezembro, mas ele é fundamental para a sobrevivência das indústrias”
Além da prorrogação do PSI, Dilma declarou que é prioridade de seu governo reduzir a burocracia e os prazos para aprovação de projetos de financiamento para investimentos. “A orientação que dei para minha equipe é que precisamos reduzir a burocracia e os prazos para aprovação de projetos no que se refere a financiamentos. O custo que temos hoje já é mais adequado, mas precisamos de mais agilidade nos financiamentos”, afirmou a presidente.
Para o coordenador do Conselho Temático da Micro, Pequena e Média Indústria da Fiep, Norbert Heinze, além de desburocratizar esses processos, o governo deve também torna-los mais acessíveis às empresas de menor porte. “Vemos muitos discursos em relação ao acesso aos investimentos, mas não vemos mudanças significativas no que se refere às micro e pequenas empresas”, disse. “Além disso, a burocracia não se resume ao acesso a financiamentos, mas também à complexidade de nossa legislação trabalhista e de nosso sistema tributário, que também precisam ser revistos”, acrescentou Heinze.