Dilma promete aumentar salário de professores

SÃO PAULO – A presidente Dilma Rousseff afirmou ontem que o governo federal investirá no aumento dos salários de professores da rede pública e na construção de escolas em tempo integral para abandonar o que chamou de "história trágica de desigualdade do nosso país".
Segundo a presidente, que se baseou nos dados do Censo Escolar 2013 divulgados pelo Ministério da Educação no início da semana, o Brasil deu "um passo bem grande para aumentar o ensino em tempo integral mas ainda está longe do que nós queremos e devemos ter". De acordo com os números oficiais, as matrículas em educação integral cresceram 45,2% no último ano.
Dilma afirmou ainda que o investimento em educação, inclusive de ensino técnico, e a formação e pagamento de bons professores é fundamental para "superar a pobreza de forma perene no país". "Não tem ensino de qualidade sem professores bem pagos e nós vamos gastar dinheiro para pagar professores e fazer escolas de dois turnos".
A presidente participou da cerimônia de formatura de alunos do Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego) na capital paulista e lembrou que, em 2011, quando o programa foi idealizado, "havia um certo pessimismo no ar" em relação à meta de oito milhões de matrículas até 2014.
"Hoje estamos em 5,8 milhões [de matrículas] e eu tenho certeza de que vamos chegar lá", prometeu a presidente. O ministro da Educação, Henrique Paim, também reforçou a promessa durante seu discurso.
Baixo quorum
Mesmo com a participação da presidente Dilma, o evento não atraiu muitas autoridades. Nenhum outro ministro além de Paim acompanhou a comitiva presidencial.
O prefeito de São Paulo e ex-ministro da Educação, Fernando Haddad, participou da cerimônia e foi acompanhado de dois secretários municipais, César Callegari (Educação) e Luciana Temer (Assistência e Desenvolvimento Social). Entre os parlamentares presentes, apenas o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), e as deputadas federais Iara Bernardi (PT-SP) e Janete Pietá (PT-SP).
Segundo Haddad, o evento foi marcado "meio em cima da hora" e, por isso, muitas autoridades não puderam comparecer. O prefeito, que foi bastante vaiado no início de seu discurso, afirmou que quem está na política deve se acostumar com esse tipo de episódio. "Não, ali todo mundo foi um pouquinho [vaiado]. Você tem que se acostumar na política com isso, se não é melhor sair", disse.