Diocese de Paranavaí lança hoje Campanha da Fraternidade 2015

A Campanha da Fraternidade de 2015 tem como principal objetivo aprofundar, à luz do Evangelho, o diálogo e a colaboração entre a Igreja Católica e a sociedade. Para isso, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil tomou como base o Concílio Vaticano Segundo, que está completando 50 anos.
O bispo diocesano de Paranavaí, Dom Geremias Steinmetz, falou com exclusividade ao Diário do Noroeste sobre a proposta deste ano – “Fraternidade: Igreja e Sociedade”; e o lema da campanha é “Eu vim para servir”. O lançamento é hoje, às 9 horas.
De acordo com ele, a ideia inclui compreender a situação atual da relação entre a Igreja Católica e a comunidade em que está inserida. A partir daí, será possível discernir as questões que desafiam a evangelização no serviço eclesial à sociedade e incentivar as pessoas a exercerem o protagonismo no contexto social em que vivem.
Para o bispo diocesano, é fundamental que essas discussões ganhem espaço dentro e fora da Igreja Católica e promovam mudança de vida, sempre buscando disseminar na sociedade o desejo de ajudar, a generosidade, a contribuição.
Steinmetz avaliou que as relações com os fiéis já foram conflituosas ao longo dos 2.000 anos de história. “Houve época em que a Igreja se sentia uma sociedade perfeita e que não precisava da interferência de ninguém”. Mas, “com o tempo, foi tomando consciência da importância de existir reciprocidade”.
O bispo citou o Gaudium et Spes, documento elaborado durante o Concílio Vaticano Segundo, cuja primeira frase trata exatamente sobre reciprocidade. “As alegrias e esperanças, dores e angústias, vitórias e derrotas do homem de hoje devem ser as alegrias e esperanças, dores e angústias, vitórias e derrotas da Igreja”.
SERVIÇOS – Na opinião de Steinmetz, a Campanha da Fraternidade tem outro viés importante, o de mostrar que o relacionamento da Igreja Católica com a comunidade se dá pelos serviços. Creches, escolas, universidades, hospitais, asilos e casas de acolhida foram alguns exemplos citados por ele.
Mas é preciso servir a sociedade em nível cultural, seja pela arte ou pela formação de bons disseminadores de conhecimento, ou, ainda, a partir da informação política. “A Igreja sempre foi porta-voz de quem não tem vez, mas pode avançar ainda mais”.
E de que forma isso seria possível? De acordo com o bispo diocesano de Paranavaí, é necessário que representantes da Igreja Católica estejam inseridos em conselhos municipais – de Saúde, Educação, Segurança Pública, dos Direitos da Criança e do Adolescente e assim por diante.
Em Paranavaí e nas cidades do Extremo-Noroeste, Dom Geremias Steinmetz quer que os fiéis sejam mais participativos e que contribuam mais com as ações desenvolvidas pela Igreja Católica. Uma das oportunidades estará na Assembleia Diocesana que será realizada neste ano.
PRÁTICA – Além das discussões sobre o tema, a Cúria Diocesana está organizando um curso de educação política e fé. Serão dez sábados ao longo do ano para estudar a realidade atual do Brasil e do mundo e de que forma a Igreja se relaciona com esses assuntos.
O curso se destina a lideranças comunitárias, sociais e sindicais; agentes de pastorais e movimentos; funcionários públicos; vereadores, prefeitos, estudantes, líderes de ONGs, lideranças de organizações populares, entre outros. O investimento é de R$ 300 e as inscrições devem ser feitas até dia 28 de fevereiro.