Doar leite materno é uma questão de amor, diz coordenadora de saúde

O Ministério da Saúde começou uma campanha nacional que visa incentivar a doação de leite materno. Paranavaí conta, em média, com 30 doadoras.
Doar é um processo que exige dedicação. Por isso mesmo, um ato de amor, define Mariana Salvadego Aguila, coordenadora de Saúde da Mulher e da Criança, instância da Secretaria de Saúde do Município.
Para doar basta solicitar através do telefone 3422-1334, fornecendo o endereço.
O produto é coletado semanalmente e vai para o Banco de Leite de Maringá, de onde retorna preparado para alimentar e salvar a vida de crianças hospitalizadas na Unidade de Terapia Intensiva – UTI Neonatal da Santa Casa de Paranavaí. Embora coletado apenas em Paranavaí, o leite é utilizado por crianças de toda a região. Eventuais sobras vão para outros hospitais, fora da região.
Por isso, o número de doadoras é ilimitado, ou seja, quanto mais, melhor. Mariana explica que o total de mulheres fazendo a coleta é suficiente para a demanda. Mas ressalta, que é preciso conscientizar para que mais mulheres façam a doação.
Após coletado, o leite deve ser congelado em frasco apropriado, distribuído pela coordenação. Os profissionais fazem treinamento sobre a forma correta de fazer a coleta e também dão orientações sobre como amamentar os filhos de forma correta. O leite passa por todos os testes no Banco de Leite de Maringá, onde passa por pasteurização e é distribuído.  
Um detalhe é quanto ao total coletado por cada mulher, que varia muito. De acordo com a coordenadora, pode variar de 200 ml por semana a até mais de quatro litros. O que conta é a vontade de colaborar, ressalta.
A utilização do leite é feita apenas nos hospitais por questão de política de saúde pública. Mariana lembra que, de uma forma geral, toda mulher pode amamentar o filho, portanto, não havendo necessidade de distribuição fora dos hospitais.
Ela adverte que não há leite fraco. Também descarta o “mito do bico invertido”, muito comum entre mulheres com problemas para amamentar. Enfermeira, a coordenadora opina que geralmente a amamentação está ligada à parte emocional.
 
Mãe do Daniel, Nayara é um exemplo a ser seguido
Mãe do Daniel Henrique, seu primeiro filho, Nayara Dianina Torrente de Souza, 24 anos completados ontem, é uma das doadoras recentes do Banco de Leite. Ela resolveu doar porque viu a dificuldade de amamentar uma afilhada prematura. A recém-nascida estava hospitalizada e na incubadora, sendo que a mãe não tinha leite. As enfermeiras davam leite materno em conta gotas, recorda-se. Complementando: “gotas que salvam”. O leite vinha de doações.
Diante dessa realidade, decidiu que, quando fosse mãe, seria doadora de leite. Há dois meses nasceu Daniel e, uma semana depois, a jovem começou a coletar leite regularmente. E pretende continuar enquanto for possível.
Ela cita a facilidade, pois toda a orientação e busca do leite de casa em casa são feitos pelas equipes da coordenação. “É uma questão de consciência. Todo mundo pode ajudar”, simplifica, feliz por fazer a diferença na vida de Daniel e outros recém-nascidos que nunca vai conhecer, mas cuja importância não se mede em palavras.