Docentes do IFPR estudam estratégias para reposição das aulas após greve

A greve de técnicos e docentes das instituições federais de ensino pode estar chegando ao final. Depois de semanas de negociações com o governo, a manifestação da categoria pode terminar na próxima segunda-feira. Em Paranavaí, hoje os técnicos do Instituto Federal do Paraná (IFPR) completam 47 dias parados, e os professores, 40 dias. Agora, eles já estudam as melhores alternativas para a reposição das aulas.
A diretora de ensino, pesquisa e extensão do IFPR, Vanessa Aparecida Marcolino, disse que desde o início da greve, os professores estão preocupados com o atraso nas atividades pedagógicas, mas a categoria já havia previsto esta situação.
No caso dos cursos subsequentes de eletromecânica, alimentos e informática, as reposições devem ocorrer de forma mais simples, uma vez que os alunos ficaram somente 10 dias letivos sem aulas.
Já para o curso técnico integrado, são 15 dias de atraso e um problema a mais para ser resolvido: em vez de o término das aulas acontecer em 15 de dezembro, o período letivo deverá ser estendido até poucos dias antes do Natal. Uma das possíveis estratégias será a realização de aulas aos sábados.
AVALIAÇÕES – Sobre as avaliações que seriam feitas no final do semestre passado e que não foram aplicadas por causa da greve, Vanessa informou que assim que as aulas forem retomadas, os professores farão revisões de conteúdo antes das provas. “Não queremos prejudicar os alunos”, garantiu a diretora de ensino, pesquisa e extensão do IFPR.
REPERCUSSÃO – Vanessa fez questão de enfatizar que a greve não é somente para pedir aumento salarial, mas também para reivindicar mais investimentos nos laboratórios e em equipamentos que garantam ensino de qualidade. “O aumento do percentual repassado [para as instituições de ensino] vai melhorar as condições de aprendizagem dos alunos”.
Neste sentido, a diretora de ensino, pesquisa e extensão do IFPR de Paranavaí disse acreditar que a repercussão da greve não tem efeito negativo sobre a opinião da comunidade. “Se for analisada isoladamente, pode parecer um problema, mas estamos em um contexto federal em que toda a estrutura precisa de mais investimentos”. Isso torna a greve legítima, opinou Vanessa.
PROFESSORES – Segundo ela, apesar de não estarem nas salas de aula, os professores do IFPR continuam indo ao campus da instituição, cumprindo a carga horária exigida durante períodos de greve. “Estamos fazendo grupos de estudo e realizando outros trabalhos administrativos”. Vanessa disse, ainda, que os docentes estão trabalhando na elaboração de novos cursos que deverão ser implantados no próximo ano em Paranavaí.