Doença ameaça os pomares de laranja

O greening, doença que ainda não tem tratamento, é uma preocupante ameaça aos pomares de laranja paranaenses.
Para enfrentar o problema, o governo do Estado vai promover nos dias 14 e 20 deste mês, respectivamente em Paranavaí e Londrina, principais polos produtores do Estado, eventos técnicos reunindo proprietários de pomares e especialistas da área.
O objetivo é conscientizar os citricultores sobre a necessidade urgente de desenvolverem um trabalho mais eficaz em conjunto visando a prevenção da enfermidade, atualmente a mais temida da cultura.
A iniciativa é da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab), Adapar (Agência de Defesa Agropecuária do Paraná), Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) e Instituto Emater, com apoio das cooperativas Cocamar e Integrada, empresa Citri e colaboração do Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus).
No dia 14 de junho (sexta-feira da próxima semana), em Paranavaí, o evento será às 9h, no Teatro Municipal Dr. Altino Afonso Costa. No dia 20, em Londrina, no mesmo horário, o local será o Parque Internacional de Exposições Governador Ney Braga.
Segundo os organizadores, a expectativa é que participem, no total, mais de 800 convidados, entre produtores e técnicos.
UNIR – Segundo o engenheiro agrônomo José Croce Filho, coordenador Estadual da Sanidade da Citricultura, o sistemático trabalho preventivo realizado em conjunto pelos produtores é a única forma de reduzir a ação do psilídeo – o inseto vetor que origina a doença a partir de uma bactéria.
“Quando todos fazem a pulverização ao mesmo tempo, de uma forma bem organizada, as chances de controlar o inseto são maiores”, acrescenta Croce.
Os eventos vão deliberar também sobre a necessidade de erradicação de plantas e/ou alguns pomares infectados e que contribuem para a propagação da doença. Quando uma árvore adoece, a única opção é erradicá-la.
PREOCUPANTE – O greening já está presente em pelo menos 2% dos pomares da região Noroeste do Paraná, segundo avaliação do coordenador, que estima em 4% a intensidade da doença nos pomares citrícolas no norte do Estado.
A situação no Noroeste é melhor em razão do maior rigor com que o problema foi enfrentado nos últimos anos. Mesmo assim, produtores tradicionais estão alarmados com a propagação do greening.
É o caso de João Pasquali, de Alto Paraná, vizinho a Paranavaí. Dono de 120 alqueires de pomares, Pasquali diz ser um produtor bastante cuidadoso, mas nem por isso tem conseguido evitar o aumento do número de árvores infectadas em sua propriedade. “Se a gente não se unir, a citricultura pode ficar comprometida em poucos anos”, alerta.
No Estado de São Paulo, maior produtor mundial de suco de laranja, o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) calcula em cerca de 6% o índice de pomares doentes, apontando para uma realidade preocupante e defendendo que prevenir a doença de maneira integrada é a que apresenta melhores resultados.
MOBILIZAÇÃO – O agrônomo José Croce Filho ressalta a importância dos eventos e diz que as autoridades dos municípios produtores de laranja precisam mobilizar-se. “Todos devem colaborar para que consigamos atingir o objetivo de buscar mais eficácia na prevenção”, completa. (Flamma Comunicação)