“É preciso investir em pesquisa e tecnologia”, diz pesquisador do Cepea sobre mandiocultura
O processo de colheita da mandioca representa 30% dos custos de produção. O percentual é alto e para reduzi-lo, tornando a cultura mais rentável, é preciso investir em pesquisa e tecnologia. Foi o que disse Fábio Isaías Felipe, pesquisador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
Ele esteve ontem em Paranavaí para o curso de atualização sobre a cultura da mandioca, promovido pelo Instituto Agronômico do Paraná (Iapar). O evento, com duração de dois dias, reuniu técnicos e pesquisadores, que debatem e participam de palestras sobre manejo, melhoramentos no plantio e na colheita, controle de pragas e doenças, novas tecnologias e outras temáticas ligadas à cadeia produtiva.
O evento está sendo realizado em um momento em que a mandiocultura enfrenta problemas. De acordo com o pesquisador do Cepea, os produtores vêm de duas safras com rentabilidade negativa. “Os preços ficaram abaixo dos custos. O início de 2016 foi melhor, mas, como estamos em período de safra, a tendência é haver queda mais intensa”.
Fábio Isaías Felipe afirmou que compradores nordestinos que antes movimentaram o comércio paranaense em períodos anteriores, atualmente estão abastecidos com farinha de mandioca. Isso interfere diretamente nos resultados da cadeia produtiva da raiz. Em relação à fécula, o pesquisador do Cepea disse que o momento não é favorável por causa da situação econômica que o país enfrenta.
Alguns fatores teriam contribuído para a situação de dificuldade vivenciada por toda a cadeia produtiva da mandioca. Endividamento dos produtores, restrição no acesso a linhas de crédito e os altos custos da produção. São os mesmos pontos que podem resultar na escassez da raiz durante o segundo semestre deste ano. “Caminhamos para um período complicado em termos de oferta”, avaliou Fábio Isaías Felipe.
Para ele, falar em crise do setor ainda é precipitado, mas se não houver mudanças rápidas na postura dos próprios produtores, 2017 pode ser ainda mais difícil. “Corremos o risco de não haver aumento na área plantada”. Por isso, disse o pesquisador do Cepea, neste momento os produtores deveriam investir na plantação.
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EXPORTAÇÃO – Fábio Isaías Felipe destacou que o Brasil tem potencial para buscar espaço no mercado internacional, mas ainda é preciso encontrar maneiras de explorar essa potencialidade. Por enquanto, “a produção de fécula é suficiente para abastecer os mercados domésticos”.
A utilização de contratos de longo prazo entre produtores e indústrias seria uma alternativa viável nesse sentido. A partir do acordo formal, os mandiocultores se comprometeriam em abastecer a indústria para a produção de fécula. Mas a situação ainda é de ociosidade.
Para se ter uma ideia sobre a pequena participação do Brasil no mercado internacional, o pesquisador do Cepea comparou o desempenho do Brasil com o da Tailândia. Enquanto a exportação nacional de fécula de mandioca representou 25 mil toneladas em 2015, as vendas do país asiático no mercado externo totalizaram 2 milhões de toneladas.
CURSO – É nesse contexto que o curso de atualização sobre cultura de mandioca se realiza em Paranavaí. Segundo o engenheiro agrônomo e pesquisador do Iapar Mário Takahashi, há cinco anos não se promovia evento semelhante.
Apesar de parecer pouco tempo, é necessário levar em conta a importância de apresentar aos técnicos os avanços em pesquisa e tecnologia. “São eles que repassam esses conhecimentos diretamente para os produtores”, enfatizou Mário Takahashi. “Os técnicos são multiplicadores.”
De acordo com o engenheiro agrônomo, cursos como esse permitem debates que podem esclarecer dúvidas, sugerir alternativas para problemas enfrentados pelos mandiocultores e, até mesmo, fazer surgir novas linhas de pesquisa.
Ele esteve ontem em Paranavaí para o curso de atualização sobre a cultura da mandioca, promovido pelo Instituto Agronômico do Paraná (Iapar). O evento, com duração de dois dias, reuniu técnicos e pesquisadores, que debatem e participam de palestras sobre manejo, melhoramentos no plantio e na colheita, controle de pragas e doenças, novas tecnologias e outras temáticas ligadas à cadeia produtiva.
O evento está sendo realizado em um momento em que a mandiocultura enfrenta problemas. De acordo com o pesquisador do Cepea, os produtores vêm de duas safras com rentabilidade negativa. “Os preços ficaram abaixo dos custos. O início de 2016 foi melhor, mas, como estamos em período de safra, a tendência é haver queda mais intensa”.
Fábio Isaías Felipe afirmou que compradores nordestinos que antes movimentaram o comércio paranaense em períodos anteriores, atualmente estão abastecidos com farinha de mandioca. Isso interfere diretamente nos resultados da cadeia produtiva da raiz. Em relação à fécula, o pesquisador do Cepea disse que o momento não é favorável por causa da situação econômica que o país enfrenta.
Alguns fatores teriam contribuído para a situação de dificuldade vivenciada por toda a cadeia produtiva da mandioca. Endividamento dos produtores, restrição no acesso a linhas de crédito e os altos custos da produção. São os mesmos pontos que podem resultar na escassez da raiz durante o segundo semestre deste ano. “Caminhamos para um período complicado em termos de oferta”, avaliou Fábio Isaías Felipe.
Para ele, falar em crise do setor ainda é precipitado, mas se não houver mudanças rápidas na postura dos próprios produtores, 2017 pode ser ainda mais difícil. “Corremos o risco de não haver aumento na área plantada”. Por isso, disse o pesquisador do Cepea, neste momento os produtores deveriam investir na plantação.
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EXPORTAÇÃO – Fábio Isaías Felipe destacou que o Brasil tem potencial para buscar espaço no mercado internacional, mas ainda é preciso encontrar maneiras de explorar essa potencialidade. Por enquanto, “a produção de fécula é suficiente para abastecer os mercados domésticos”.
A utilização de contratos de longo prazo entre produtores e indústrias seria uma alternativa viável nesse sentido. A partir do acordo formal, os mandiocultores se comprometeriam em abastecer a indústria para a produção de fécula. Mas a situação ainda é de ociosidade.
Para se ter uma ideia sobre a pequena participação do Brasil no mercado internacional, o pesquisador do Cepea comparou o desempenho do Brasil com o da Tailândia. Enquanto a exportação nacional de fécula de mandioca representou 25 mil toneladas em 2015, as vendas do país asiático no mercado externo totalizaram 2 milhões de toneladas.
CURSO – É nesse contexto que o curso de atualização sobre cultura de mandioca se realiza em Paranavaí. Segundo o engenheiro agrônomo e pesquisador do Iapar Mário Takahashi, há cinco anos não se promovia evento semelhante.
Apesar de parecer pouco tempo, é necessário levar em conta a importância de apresentar aos técnicos os avanços em pesquisa e tecnologia. “São eles que repassam esses conhecimentos diretamente para os produtores”, enfatizou Mário Takahashi. “Os técnicos são multiplicadores.”
De acordo com o engenheiro agrônomo, cursos como esse permitem debates que podem esclarecer dúvidas, sugerir alternativas para problemas enfrentados pelos mandiocultores e, até mesmo, fazer surgir novas linhas de pesquisa.