É um crime contra o Paraná, diz Richa
“Essa desculpa esfarrapada da ministra é um castelo de areia”, disse Richa. “Isso é lamentável e vou além, é um crime que estão fazendo com Paraná”, completou.
Richa reafirmou que as parcerias que não dependem do crivo político da Casa Civil são exitosas e citou, como exemplo, as áreas de habitação e Justiça. O Paraná pleiteia empréstimos, nacionais e internacionais, que superam R$ 3,8 bilhões e dependem da chancela do governo federal.
“O Paraná é o único estado do Brasil que não teve a liberação dos recursos do Proinvest – R$ 817 milhões para investimentos em infraestrutura”, disse Richa. O governador lembrou que esteve com a presidente Dilma Rousseff em novembro e a presidente lhe assegurou a liberação dos recursos. “Não há duvidas de que estão tentando antecipar o processo eleitoral. Eu não vou entrar neste jogo”.
Beto Richa disse concentrar as suas energias em fazer um bom governo e corresponder com as expectativas dos paranaenses. “Estou procurando fazer o meu papel de ser um bom governante e estou feliz com os resultados, apesar de toda a discriminação que estamos sofrendo”.
O governador rebateu a ministra, que em férias no Paraná, disse que faltam projetos consistentes ao Estado e também apontou problemas de ajustes fiscais para liberação dos empréstimos. “Até o brasileiro menos informado sabe que o Paraná não tem a pior situação do Brasil no que se refere aos gastos com servidores, o limite prudencial, capacidade de endividamento e equilíbrio fiscal. Muito pelo contrário: estamos muito acima da média nacional”, disse.
O governador disse estranhar que agora, com a presença de três ministros paraenses, o Paraná tem imensas dificuldades para conseguir que seus pleitos sejam liberados no governo Federal. “Coincidentemente, também, o Paraná tem um ministra na Casa Civil, que é o principal ministério políticos das decisões do Governo Federal e ali nada acontece”.
“A ministra precisa responder sobre a discriminação com o Paraná. Ainda mais ela, que foi eleita com voto popular, mereceu a confiança dos paranaenses, acredito que para trabalhar em favor do nosso estado, e não para ficar fazendo politicagem e prejudicar o nosso estado e toda nossa gente”, completou Richa.
“Eu não aceito. Fico indignado com este tipo atitude. Pelo meu estado, eu brigo e vou ao limite para garantir o que é de direito do Paraná. Lembrando que nosso estado, pela pujança, pela força da nossa agricultura, tem ajudado a salvar a balança comercial brasileiro há muitos anos e décadas para o superávit. O Paraná sempre contribui principalmente em épocas de crise, e não merecia este tipo de tratamento no que é de seu direito”, completou Richa.
Richa dá exemplos da “discriminação”
O governador Beto Richa (PSDB) disse que tem inúmeras razões para ficar indignado com o comportamento da ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil) que, segundo ele, vem discriminando sistematicamente o Paraná. “Ela que sempre disse que estava coordenando o plano de concessões do governo federal. E a concessão da BR-163, da duplicação da rodovia, para na divisa com o Mato Grosso do Sul com o Paraná, não tem sequência passando pelo Oeste e terminando no Sudoeste. Lembrando que o trecho do Paraná é o mais sobrecarregado, que tem um trânsito de veículos. Mais uma vez discriminação”, disse.
Outra situação apontada por Richa e a proposta da ferrovia ligando o Mato Grosso do Sul ao Paraná, passando Maracaju, Dourados, Mundo Novo, passando por Guaíra, Cascavel e ao Porto de Paranaguá. “O governo federal apresentou o projeto de ferrovias cortando o Paraná, ou seja, pegando a produção paranaense, ligando ao Porto de São Francisco (RS) até o Porto de Rio Grande (RS), isolando completamente o Porto de Paranaguá”, lembrou.
Richa então convocou as entidades produtivas do estado que rejeitaram o projeto da ministra. “Conseguimos, na pressão, reverter este quadro que seria nefasto para o Paraná. O prejuízo incalculável, teria que fechar as portas do Porto de Paranaguá que é o segundo maior porto do Brasil”, disse.
“Esse é nível de discriminação que o Paraná está sofrendo hoje. Eu volto a insistir: é um crime o que estão fazendo com o Paraná, pois acaba prejudicando o Brasil, porque é um dos estados mais produtores deste país”, completou.