É um dos momentos mais difíceis da saúde pública, diz ministro sobre zika
O surto de zika no país e o aumento de casos de microcefalia em recém-nascidos é motivo de "tensão internacional" e um desafio para o governo do país, afirmou nesta quinta-feira o ministro Marcelo Castro.
Durante cerca de três horas, ele falou sobre o tema em sessão no Senado Federal. "É um dos momentos mais difíceis de saúde pública que o país já enfrentou", resumiu. Ele defendeu as medidas tomadas pelo governo e afirmou que não faltarão recursos para combater o mosquito Aedes aegypti.
Segundo ele, foram repassados ao Ministério de Desenvolvimento Social um total de R$ 300 milhões para a compra de repelentes para grávidas do Bolsa Família. Ele não descartou a distribuição do produto para as demais gestantes do país. "Vamos estudar essa questão com muita atenção, mas lembrando que esse seria um volume muito grande."
VACINA DA DENGUE – Castro voltou a se mostrar reticente sobre a compra de vacina da dengue produzida pela multinacional francesa Sanofi Pasteur. Com três doses, a vacina foi aprovada para venda no Brasil em dezembro do ano passado.
O ministro criticou fatores como o custo estimado e o público-alvo da vacina, destinada a pessoas entre 9 e 45 anos. "Nós elegeríamos com certeza [para ser vacinadas em postos de saúde] as crianças abaixo de 10 anos e pessoas mais idosas, e a vacina não presta para isso", afirmou, na presença de Lúcia Bricks, diretora médica da Sanofi Pasteur e convidada para a sessão.
Ele afirmou, no entanto, que ainda não há prazo para o Ministério da Saúde decidir se irá ou não adotar a vacina na rede pública. "Não é uma decisão fácil."
"SEXTA DO HORROR" – A obstetra Adriana Melo, que acompanha os casos de microcefalia na Paraíba, narrou a rotina de diagnóstico e cuidados com gestantes que tiveram zika. Para ela, esse é um cenário de "tragédia, da pobreza e da falta de condições sanitárias", que atinge majoritariamente a população de baixa renda.
Em tom emocionado, a médica contou que vive semanalmente uma "sexta do horror", dia em que atende grávidas com suspeita da doença.
"Parece que você está entrando no corredor da morte: 15 pacientes esperando que eu dê o veredicto final, se o bebê vai sair bem ou se está doente. A cada exame normal é uma comemoração. A cada exame alterado, a equipe [médica] chora, a família às vezes se revolta. Eu queria muito deixar de viver essa sexta-feira."
Durante cerca de três horas, ele falou sobre o tema em sessão no Senado Federal. "É um dos momentos mais difíceis de saúde pública que o país já enfrentou", resumiu. Ele defendeu as medidas tomadas pelo governo e afirmou que não faltarão recursos para combater o mosquito Aedes aegypti.
Segundo ele, foram repassados ao Ministério de Desenvolvimento Social um total de R$ 300 milhões para a compra de repelentes para grávidas do Bolsa Família. Ele não descartou a distribuição do produto para as demais gestantes do país. "Vamos estudar essa questão com muita atenção, mas lembrando que esse seria um volume muito grande."
VACINA DA DENGUE – Castro voltou a se mostrar reticente sobre a compra de vacina da dengue produzida pela multinacional francesa Sanofi Pasteur. Com três doses, a vacina foi aprovada para venda no Brasil em dezembro do ano passado.
O ministro criticou fatores como o custo estimado e o público-alvo da vacina, destinada a pessoas entre 9 e 45 anos. "Nós elegeríamos com certeza [para ser vacinadas em postos de saúde] as crianças abaixo de 10 anos e pessoas mais idosas, e a vacina não presta para isso", afirmou, na presença de Lúcia Bricks, diretora médica da Sanofi Pasteur e convidada para a sessão.
Ele afirmou, no entanto, que ainda não há prazo para o Ministério da Saúde decidir se irá ou não adotar a vacina na rede pública. "Não é uma decisão fácil."
"SEXTA DO HORROR" – A obstetra Adriana Melo, que acompanha os casos de microcefalia na Paraíba, narrou a rotina de diagnóstico e cuidados com gestantes que tiveram zika. Para ela, esse é um cenário de "tragédia, da pobreza e da falta de condições sanitárias", que atinge majoritariamente a população de baixa renda.
Em tom emocionado, a médica contou que vive semanalmente uma "sexta do horror", dia em que atende grávidas com suspeita da doença.
"Parece que você está entrando no corredor da morte: 15 pacientes esperando que eu dê o veredicto final, se o bebê vai sair bem ou se está doente. A cada exame normal é uma comemoração. A cada exame alterado, a equipe [médica] chora, a família às vezes se revolta. Eu queria muito deixar de viver essa sexta-feira."