Economia brasileira cresce 2,3% em 2013
O resultado supera a alta de 1% de 2012, mas converte-se no terceiro ano de fraco crescimento econômico -em 2011, a alta foi de 2,7%.
No quarto trimestre, houve avanço de 0,7% em relação ao terceiro trimestre -quando o PIB havia se contraído em 0,5%-, acima do previsto pelo mercado. Já na comparação com o quarto trimestre de 2012, o indicador registrou expansão de 1,9%. Em valores, o PIB de 2013 somou R$ 4,84 trilhões.
Na média dos três anos de governo Dilma, a economia do país avançou 2%. Ao início do ano passado, esperava-se mais. Mas vários fatores contribuíram para a frustração, dentre os quais o esfriamento do consumo diante de juros maiores, crédito restrito, inadimplência ainda em patamar elevado.
Outra trava ao crescimento do PIB e do consumo veio do preço mais altos. Com a inflação de 5,91% de 2013 concentrada em alimentos e serviços, muitas famílias reduziram suas cestas de consumo.
Com esses fatores, a indústria produziu apenas 1,3% mais em 2013. Já no caso dos serviços, a alta foi de 2% no ano passado. A agropecuária registrou expansão de 7%, embalada pela safra recorde de grãos. Foi o melhor resultado do segmento da série histórica do IBGE, iniciada em 1996.
Pela ótica dos setores que demandam os produtos desses ramos, o consumo das famílias medido pelo PIB desacelerou e cresceu 2,3%, após uma alta de 3,2% em 2012. Já os investimentos reagiram e foram o destaque positivo, com expansão de 6,3%, invertendo a queda de 4% de 2012.
O consumo do governo cresceu 1,9%. As exportações avançaram 2,5% em 2013, num ritmo menor do que o crescimento das importações -alta de 8,4%.
Esse descompasso mostra que o setor externo contribuiu negativamente para o PIB, pois as importações entram com sinal negativo já que são produtos e serviços gerados fora do país.
PREVISÃO – Para 2014, a expectativa de analistas é de mais um ano de fraco crescimento econômico diante das previsões de desaceleração do emprego e do rendimento, da inflação ainda alta e do crédito restrito, além da fraca confiança de empresários e consumidores -esses dois últimos também limitaram o desempenho da economia em 2013. As previsões apontam para uma taxa entre 1,8% e 2,2%.
Entenda o PIB
O PIB (Produto Interno Bruto) é um dos principais indicadores de uma economia. Ele revela o valor de toda a riqueza gerada no país.
O cálculo do PIB, no entanto, não é tão simples. Imagine que o IBGE queira calcular a riqueza gerada por um artesão. Ele cobra R$ 30 por uma escultura de madeira. No entanto, não é esta a contribuição dele para o PIB.
Para fazer a escultura, ele usou madeira e tinta. Não é o artesão, no entanto, que produz esses produtos -ele teve que adquiri-los da indústria. O preço de R$ 30 traz embutido os custos para adquirir as matérias-primas para seu trabalho.
Assim, se a madeira e a tinta custaram R$ 20, a contribuição do artesão para o PIB foi de R$ 10, não de R$ 30. Os R$ 10 foram a riqueza gerada por ele ao transformar um pedaço de madeira e um pouco de tinta em uma escultura.
O IBGE precisa fazer esses cálculos para toda a cadeia produtiva brasileira. Ou seja, ele precisa excluir da produção total de cada setor as matérias-primas que ele adquiriu de outros setores.
Depois de fazer esses cálculos, o instituto soma a riqueza gerada por cada setor, chegando à contribuição de cada um para a geração de riqueza e, portanto, para o crescimento econômico.