Economista ensina: na dúvida, gaste menos

Os brasileiros estão devendo cada vez mais.
A Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor feita pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) mostrou que o índice de pessoas que compõem esse grupo passou de 63% em julho para 63,6% em agosto.
Também houve crescimento na comparação com o mesmo período do ano passado, quando 63,1% da população tinha dívidas.
Economista e professor da Universidade Estadual do Paraná (Unespar – campus de Paranavaí), José Carlos Bertacchi dá dicas importantes para quem integra a parcela de brasileiros endividados.
“O primeiro passo é listar tudo o que gasta, para ter controle das despesas”. Assim, argumenta, é possível saber quais são as prioridades e o que pode ser evitado.
Despesas fixas (água, energia e aluguel) e itens de manutenção da casa devem estar no topo da lista. Inclua, logo em seguida, aquelas dívidas que geram juros.
“Se tiver que escolher entre pagar o cheque especial e comer um lanche, não coma”, orienta o economista. A regra é simples: “Tem dívidas? Não compre”. E sempre fuja dos cartões de crédito.
Considere também a proximidade do final do ano, quando os gastos com festas e presentes aumentam. Use o 13º salário para pagar dívidas e compre somente o que for indispensável. A sugestão de Bertacchi é optar pelas chamadas lembrancinhas.
É preciso considerar as viagens de férias e não esquecer que após a virada do ano outras dívidas terão de ser quitadas: IPTU, IPVA, material escolar dos filhos e assim por diante. Para todos esses casos, o professor destaca: “Aproveite os descontos”.
PREVISÃO – Bertacchi recomenda cautela para 2015. “Devemos nos preparar para os aumentos na conta de energia e no preço da gasolina”. Ele prevê aumento no índice de inflação e redução no poder de compra dos brasileiros. “O Governo [Federal] já anunciou que vai haver alta, então, o aperto vai ser maior”.

Endividamento no Brasil
De acordo com a Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor feita pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), houve redução no percentual de pessoas que não podem pagar dívidas: 6,6% em julho e 6,5% em agosto.
Entre a população que recebe mais de dez salários mínimos, a inadimplência passou de 54,7% em 2013 para 57,6% neste ano. Na comparação com julho deste ano, o percentual de agosto também é superior, respectivamente, 57% e 57,6%.
A pesquisa da CNC também mostrou que 75,8% das famílias depositam no cartão de crédito a culpa pela maior parte das dívidas. Os carnês aparecem na segunda colocação, totalizando 17% dos entrevistados. Em seguida, o financiamento de carro, com 13,4%.