Em bate-papo com alunos, papa diz ter dificuldade com computadores

SÃO PAULO – O papa Francisco disse, ontem, em bate-papo online com estudantes, que tem dificuldades com os computadores.
A conversa foi feita para promover uma rede de colégios, lançada em 2013 pelo próprio pontífice, que usa justamente a tecnologia para que os alunos de diferentes países se comuniquem.
Uma aluna espanhola de 16 anos, que disse gostar de fazer filmes e fotografar, perguntou se o papa era adepto de tirar fotos e descarregá-las no computador.
"Sou péssimo com a máquina. Não sei mexer direito no computador. Que vergonha, não?", afirmou.
Em outra resposta, ele disse que não tinha tablet.
O bate-papo contou com estudantes de quatro países, incluindo um brasileiro, todos com alguma deficiência. Pedro, 12, estudante do colégio Albert Sabin (SP), disse que gosta de jogar futebol, como goleiro. Ele nasceu sem uma das mãos.
Perguntado pelo papa por que gosta de ser goleiro, Pedro disse que ficava feliz por estar com os amigos e praticar esportes. "Você está dando uma importante lição. O importante não é ganhar, mas é estar com os amigos", comentou o pontífice.
O papa afirmou ainda que a rede de colégios, chamado Scholas, pode ajudar a todos os alunos com deficientes, pois permite que eles se comuniquem. "Quando não nos comunicamos, ficamos sozinhos com nossas dificuldades".
Nesta quinta (5), foram apresentados também detalhes sobre outro projeto lançado pelo papa, o Scholas Labs. A ideia é que especialistas de empresas de tecnologia, como o Google, ajudem a desenvolver aplicativos a serem usados nas escolas.
Quem possui um projeto pode se inscrever no site. Se aprovado, a equipe técnica ajudará a desenvolver o produto e haverá financiamento. A promessa é que, quatro meses depois, a ferramenta já esteja disponível.

Papa pede que bispos denunciem
casos de pedofilia na Igreja

O papa Francisco pediu aos sacerdotes, aos bispos e às dioceses que zelem pela segurança de crianças e adolescentes e que investiguem e denunciem todos os casos de pedofilia cometidos por sacerdotes.
Em carta enviada aos presidentes das Conferências Episcopais na última segunda e divulgada pela Santa Sé ontem, o pontífice disse que cabe ao bispo e superiores a tarefa de garantir a segurança de jovens e adultos vulneráveis.
Ele pede ainda que sejam criados programas de assistência pastoral a vítimas de pedofilia e abuso sexual, que podem contar com atendimento psicológico e espiritual às potenciais vítimas.
"As famílias devem saber que a Igreja Católica não mede esforços para proteger seus filhos e têm o direito de se dirigir a ela em plena confiança, porque é uma casa segura", disse.
"Portanto, não se poderá dar prioridade a nenhum outro tipo de consideração, da natureza que seja como, por exemplo, pelo desejo de evitar um escândalo, porque não há lugar no ministério para os que abusam de menores".
Por fim, Francisco pediu a colaboração dos sacerdotes para que todos os casos reportados de abuso sexual sejam enviados à comissão criada por ele em 2013 para avaliar os casos de pedofilia.
Nesta quinta, o papa fará uma videoconferência com quatro estudantes com deficiência, incluindo um brasileiro.