Em noites de terça-feira, palco aberto para a arte

O som é envolvente. Quando percebe, você já está mexendo as pernas ou tamborilando sobre a mesa no ritmo da música. Se quiser, pode se levantar e dançar à vontade, sem se preocupar com julgamentos. Afinal, todo mundo está ali com o mesmo objetivo, diversão.
Em Paranavaí, as noites de terça-feira têm uma nova opção para as pessoas que curtem música. Um espaço para quem toca instrumentos, canta ou não faz nada disso, mas gosta de estar entre amigos e apreciar diferentes estilos musicais.
O evento semanal é realizado no Garage 88, bar localizado na Avenida Paraná, no centro da cidade, onde também funciona um lava car. Começa por volta das 19h30 e vai até 23 horas, 23h30. A entrada é gratuita, e os visitantes pagam somente o que consumirem.
A ideia surgiu quando alguns amigos conversavam sobre a limitação de locais e oportunidades para a reunião de músicos e musicistas em Paranavaí. Perceberam que poderiam mudar essa realidade, chamaram a galera e colocaram a proposta em prática.
Surgia assim o Garajam. O nome é a junção de Garage, o bar, e da expressão em inglês “jam session”, que, em tradução livre, significa reunião de artistas que tocam e cantam de maneira improvisada, sem qualquer compromisso comercial, apenas por diversão.
Gabriel Tamellini, um dos idealizadores, conta que sentia falta de estar em um ambiente em que as pessoas pudessem manifestar a arte de forma livre e espontânea.
Certa noite, sentado com amigos a uma mesa do Garage 88, Tamellini conversava sobre essa necessidade de promover eventos artísticos na cidade. Foi quando chegaram à conclusão de que seria possível. A ideia teve o apoio dos músicos Marquinhos Diet, Arthur Passarelli e Thiago Guglielmi. Outros artistas somaram forças ao movimento.
Luã Carvalho de Paula Machado, proprietário do estabelecimento, gostou da proposta e disponibilizou o espaço para a reunião de artistas. De lá para cá, já foram quatro edições do Garajam. “Ficou muito bom. Tem dado certo.” De acordo com ele, o bar permanecia fechado às terças-feiras, mas passou a abrir as portas para receber o pessoal.
Tamellini explica que o palco é livre para todo mundo. Independentemente de qual estilo musical goste e toque no dia a dia. E se a arte não se resume à música, outras manifestações são sempre bem-vindas. “Se alguém quiser declamar um poema ou ler um conto, o microfone fica à disposição”, destaca.
O ENCONTRO – As pessoas vão chegando aos poucos. Montam o equipamento de som e se preparam para dar início à jam session. Uma nota aqui, um acorde ali e as dedilhadas vão ganhando ritmo. A música começa e a diversão também.
O repertório é variado: MPB, rock, blues, jazz… Canções nacionais ou internacionais. Tudo é permitido. Se a preferência for por música sertaneja ou pagode, vale também. E nem é preciso surgir alguém no meio do povo e gritar: “Toca Raul!”, as composições de Raul Seixas não demoram para aparecer.
A troca de músicos e musicistas é constante. Na bateria, no violão, no baixo e no vocal. Divertem-se com essa mistura. Divertem quem os prestigia, com a diversidade de estilos. Até quem é de outras cidades participa.
Lucas Miminelli mora em Guairaçá. Recebeu o convite para participar do Garajam e não pensou duas vezes. Levou parte da aparelhagem, pegou o violão e se apresentou. “O pessoal é bastante receptivo. A ideia é muito inteligente.” A distância, aproximadamente 35 quilômetros, não foi obstáculo para ele. “Pretendo voltar mais vezes.”
FUTURO – De acordo com Gabriel Tamellini, o Garajam é uma alternativa para amantes da música, profissionais ou não. Por isso, ele e os amigos querem que o evento se torne tradição e atraia cada vez mais pessoas. Para os organizadores, enquanto houver gente interessada, o evento continuará.