Em Paranavaí, Osmar Dias fala de alianças e plano de governo

O ex-senador e pré-candidato ao Governo do Paraná, Osmar Dias (PDT), esteve ontem em Paranavaí. Num roteiro que incluía também Maringá e Cianorte, o postulante falou das possíveis alianças e citou pontos fundamentais do projeto para os próximos quatro anos.
Osmar Dias lembrou do trabalho para a implantação da citricultura na região de Paranavaí, na década de 1990, e comemorou os resultados.
Aproveitou para falar da necessidade de incentivos à agricultura familiar e agronegócio, já que o Brasil e o mundo vão precisar de mais comida para alimentar uma população crescente.
Entende que a infraestrutura é determinante neste processo. Uma possível duplicação da BR-376 até o Mato Grosso do Sul vai depender da parceria com a iniciativa privada, salientou. Mas, quer rever o modelo de concessão de rodovias, hoje muito caro para a população.
Lamentou episódios de corrupção que encareceram os pedágios em determinados trechos. Analisa que o pedágio afeta a todos, pois aumenta o custo final dos produtos transportados. Ainda em relação à agricultura, quer melhorar o Porto de Paranaguá.
Na visão de Osmar Dias, os projetos, incluindo concessões e construção de novas estradas, devem ser debatidos com a população, deixar claro até onde vai a capacidade do Estado para investimentos e quanto vai custar o investimento privado. As atuais concessões de rodovias vencem em 2021.
SEGURANÇA – Para a segurança pública, o pré-candidato analisa que é preciso racionalizar, citando o caso das viaturas da Polícia Civil. Segundo ele, são 15 mil veículos, sendo que apenas oito mil estão em funcionamento e outros oito mil encostados por questões de manutenção.
Em contrapartida, reclama, o Estado paga pelo serviço. É um exemplo de onde pode haver economia.
Ainda na área de segurança, o postulante mostrou preocupação com o número crescente de assaltos a propriedades rurais. Falou sobre índices de outros estados e pregou o reforço neste segmento.
Na visão de Dias, a falta de segurança implica em mais custos para o produtor, que tem de fazer seguro das suas máquinas e equipamentos.
Na questão da segurança, o ex-senador defende também a integração das polícias Civil e Militar. Avalia que é papel do governador promover essa aproximação.
SAÚDE – Na saúde pública, Osmar Dias quer melhorar a resolutividade dos hospitais regionais. Lamenta que atualmente muita gente sai das suas regiões em busca de tratamento, se distanciando da família quando precisa do apoio.
Sem contar o risco de acidentes, como o recente com um ônibus de pacientes, em Candói no Sudoeste, resultando na morte de nove pessoas. Eles retornavam de Curitiba.
No modelo proposto, os hospitais regionais serão os responsáveis por atender os casos mais graves (média e alta complexidade), enquanto os mais simples (baixa complexidade) ficam nas pequenas cidades de origem das pessoas.
Pediu cumprimento da lei que determina prioridade às pacientes com câncer de mama, o que pode salvar vidas. A lei, de sua autoria, determina atendimento em até 60 dias. “O SUS não cumpre”, lamenta.
EDUCAÇÃO – Na educação, Osmar Dias analisa os recentes episódios e diz que vai propor o diálogo. Na sua visão, não é apenas salário, mas o respeito mútuo que deve existir.
Em relação ao ensino superior, lamentou que lideranças ainda considerem as universidades estaduais um custo muito alto. No seu entendimento, as universidades são investimentos e devem dar a contrapartida em forma de elaboração, apoio e desenvolvimento dos projetos regionais.
ECONOMIA – Sobre economia, o ex-senador se mostrou preocupado com o desemprego. Fala que é preciso uma nova política que reduza a carga tributária das micro e pequenas empresas, além de condições para investimentos, incluindo a agricultura. Esse é o caminho, entende, para reduzir o desemprego no Estado, que ultrapassa a marca de 500 mil pessoas. O líder pedetista demonstrou preocupação com as finanças do Estado.  
POLÍTICA – O pedetista não citou eventuais alianças com outros partidos, mas lamentou que as negociações passem por outros interesses que não as eleições.
Para ele, o fundo partidário com financiamento público tornou ainda mais desleal o jogo das alianças, acirrando a política da troca de favores.
Lamenta que as regras tornam os partidos grandes ainda maiores e dificultam a vida dos pequenos partidos.  Reitera que não vai negociar cargos ou favores para ter aliados. Também descartou recuar da sua meta de postular o Governo ou de compor chapas para disputar uma vaga no Senado.
Ele confirmou que vai apoiar o seu irmão, senador Álvaro Dias (Podemos), para presidente. Já tratou do tema com o candidato do seu partido, ex-ministro Ciro Gomes, de quem obteve compreensão. Bem-humorado, Osmar Dias sugeriu que a mesma pergunta (Quem você vai apoiar para presidente?) fosse feita também para os demais pré-candidatos ao Palácio Iguaçu.
RURAL – Neste evento o presidente da Sociedade Rural do Noroeste do Paraná, Mário Hélio Lourenço de Almeida Filho, falou da importância de incluir as propostas da agricultura no plano de governo dos candidatos. Também informou que a Sociedade Rural está aberta para todos os postulantes, de forma democrática.