Em protesto, produtores despejam carga de arroz no centro de Querência do Norte
Rizicultores de Querência do Norte fizeram um protesto ontem à tarde em Querência do Norte, despejando uma carga de arroz em frente à agência do Banco do Brasil.
Foi um protesto pelos baixos preços do cereal e os aumentos constantes nos preços dos combustíveis, em especial do óleo diesel. “Vamos enviar ao governo federal algumas reivindicações do setor, já estamos trabalhando no prejuízo há alguns anos, mas agora piorou muito”, disse Kléber Canassa, presidente da Associação dos Rizicultores de Querência do Norte, cidade que fica a 130 km de Paranavaí, na região Noroeste.
Os produtores reclamam da alta nos preços dos insumos e dos baixos preços do arroz. “Uma saca de 60 quilos está praticamente com o mesmo preço praticado há 15 anos, de R$ 40,00, já os insumos e combustíveis tiveram alta significativa”, disse Canassa.
A produção de arroz em áreas alagadas demanda da utilização de horas/máquinas acima da média se comparada com o cultivo de outros cereais. “O aumento constante do diesel tem uma importante parcela no endividamento do produtor”.
Outros fatores que contribuíram com a quebra do produtor de arroz foram a frustração com a colheita da safra que, este ano sofreu redução por conta do alagamento, no ano passado, das áreas de cultivo e a alta do dólar. Todo o insumo desse setor é cotado na moeda norte americana.
A concorrência desleal com países do Mercosul também é apontada pelo rizicultor como fator de quebra do produtor brasileiro. “O arroz paraguaio entra no Brasil sem nenhuma restrição, o custo Brasil é alto se comparado com o custo paraguaio”.
As três principais reivindicações dos rizicultores são: o prolongamento do pagamento das dívidas por 20 anos; diminuição do custeio com o corte de impostos; e uma negociação com o Mercosul.
“Não queremos privilégios, queremos competir com igualdade”, destacou Canassa. O documento com os pleitos deve ser encaminhado para o Ministério da Agricultura.