Em resposta aos crimes, PM faz operação na Vila Operária

A Polícia Militar (PM) iniciou na tarde de ontem a Operação Saturação. Trata-se de um trabalho de prevenção e combate à criminalidade em resposta aos recentes episódios de violência, incluindo dois assassinatos e duas tentativas na região da Vila Operária, em Paranavaí.
O comandante do 8º Batalhão de Polícia Militar, major Ademar Carlos Paschoal, informa que o trabalho se concentra na identificação e repressão a qualquer atividade ilícita.
No entanto, o foco está na busca e apreensão de armas de fogo e drogas, além da prisão de pessoas com mandados judiciais.
Outro dado relevante, acrescenta, é passar para a comunidade que a Polícia Militar está atenta na manutenção da segurança da população.
O major lembra que os índices de roubos e furtos diminuíram nos últimos meses em Paranavaí. No entanto, a região da Vila Operária convive com os recentes episódios de violência extrema, culminando em assassinatos e tentativas, algo ainda mais grave.
A autoridade policial prefere não falar sobre os rumos da investigação, de competência da Polícia Civil. Ainda assim, cita que é de conhecimento que os casos estão relacionados com desentendimentos por causa do tráfico de drogas.
Para garantir o reforço do policiamento nos próximos dias, o expediente interno do 8º Batalhão foi suspenso no período da tarde. Com isso, mais policiais ficam integrados à operação, composta de vistorias, verificação de documentos e contato com a população. “A ideia é que o cidadão siga a rotina normal, em segurança”, analisa.
INVESTIGAÇÕES – Conforme entrevista do delegado operacional da 8ª Subdivisão Policial de Paranavaí, Vagner dos Santos Malaquias, ao Diário do Noroeste, há uma situação de conflito entre grupos rivais na região da Vila Operária, envolvendo brigas e disputa por causa do tráfico de drogas.
Este conjunto de fatores é a causa dos assassinatos ocorridos no último sábado e na última segunda-feira, aponta. Sem contar que também são atribuídas a essa “guerra” duas tentativas de assassinatos nos meses de março e abril.
Santos Malaquias antecipa que vítimas das tentativas e testemunhas dos casos de violência estão sendo ouvidas. Ele confirma que os indícios sugerem relação entre os crimes, podendo ter as mesmas autorias.
Na caso do último sábado, quando foi assassinado a tiros o jovem G.L.P.S., 28 anos, os policiais encontraram na casa dele dez gramas de cocaína e 14 pedras de crack, drogas embaladas para venda. Sem contar que havia uma balança de precisão, usada para pesar tais substâncias.
Já no assassinato de segunda-feira à noite, dois homens chegaram na casa de A.B.S., 29 anos, usando uma motocicleta. Fizeram os disparos contra a vítima, a clássica execução. Depois, a dupla fugiu em direção ao Bosque Municipal.
OUTROS CASOS – Na noite de 18 de abril outro crime violento aconteceu na Vila Operária. O jovem E.F.M., 20 anos, foi morto com 14 facadas dentro da casa onde morava na Rua das Ameixas.
Testemunhas disseram que a vítima entrou na residência assim que ouviu tiros, possivelmente tentando se esconder. No entanto, o rapaz foi surpreendido pelo matador, que fugiu.  
Ainda na Vila Operária, morreu dia 17 de março, vítima de tiro sofrido na noite anterior, um cabo da reserva da Polícia Militar, de 49 anos.
Ele trabalhava de segurança de supermercado, quando foi surpreendido por uma dupla de ladrões. Um dos assaltantes atirou na vítima, furtando o revólver do policial aposentado.
Os autores fugiram, mas foram capturados. Trata-se de uma dupla de adolescentes de 17 anos. Os jovens foram internados no Centro de Ressocialização (Cense), como prevê a legislação em vigor para menores de 18 anos.