Em semana intensa, políticos mexem as peças visando as eleições 2016
Em ano eleitoral e faltando 2 meses para troca de partidos ou novas filiações a tempo de participar do pleito de outubro, a classe política de Paranavaí teve uma semana intensa. Muita conversa de bastidores, trocas de partido e o grande destaque atual: a divisão interna do PMDB, cuja cúpula busca se apaziguar a tempo de organizar a chapa para a disputa que vai eleger prefeito e vereadores.
Maior partido em número de filiados, o PMDB tem em seus quadros o atual prefeito, Rogério Lorenzetti, e dois vereadores – Walter dos Reis e Zenaide Borges. Sem contar que o presidente da Câmara, Mohamed Ismaili (radialista Mohamad Soumaili), pode retornar depois de pouco mais de 2 anos no Solidariedade (se filiou em 3 de outubro de 2013). Ele se elegeu duas vezes vereador pelo PMDB.
O presidente da Câmara confirmou que só não “bateu o martelo” ainda por causa do ambiente tenso na sigla e devido a questões particulares (seu pai está em tratamento de saúde).
Embora exista uma ficha assinada, a eleição do novo Diretório Municipal vai definir o ingresso ou não do vereador. Certa é a saída de Mohamed do Solidariedade, partido que na sua visão terá dificuldade para formar chapa visando o pleito de outubro.
QUEM FICA? Em tempos de tentativa de pacificação, o PMDB vive dias decisivos quanto ao futuro. Neste sábado o prefeito Rogério Lorenzetti descartou, por enquanto, sua saída do partido, mas fez uma ressalva: deixa a sigla se o ex-presidente do Diretório, Lauro Machado, for reconduzido ao cargo na convenção das próximas semanas.
Sem levar em conta os apoios internos e tendências, existe a possibilidade de Machado voltar a comandar o PMDB. Lauro Machado confirmou ao DN que é candidato a presidente e que vai aguardar os desdobramentos para formar uma chapa.
Sobre a eventual saída de Rogério Lorenzetti, o dirigente disse que o mesmo já teria manifestado este desejo, decisão que não estaria atrelada ao comando partidário.
Lorenzetti disse que não tem nada pessoal contra Machado, mas entende que o mesmo já deu a sua contribuição ao partido. O prefeito também não deve se mobilizar em busca do consenso partidário, mas vai acompanhar as conversas até a convenção.
TRANSIÇÃO – O presidente da Comissão Provisória do PMDB, Walter dos Reis, terá muito trabalho até a eleição do Diretório. Lembra que assumiu a presidência por orientação da Executiva Estadual que indicou cinco nomes para a transição. Ele critica a situação encontrada, o que incluiria problemas com a relação de filiados e até com despesas de manutenção (aluguel da sede, água, luz).
Na presidência desde o final do ano passado, Reis fala que não convocou a eleição porque depende do recadastramento de filiados para saber quem tem direito a voto. Ele tem até 7 de março para fazer a recontagem e depois a convocação e espera promover a eleição na sequência, dando prazo para o realinhamento, caso necessário, ou seja, para que os candidatos nas eleições deste ano tenham tempo para se acomodar no PMDB ou buscar outros caminhos.
As mudanças podem ser feitas até o fim de março.
Informação não confirmada dava conta de que um grupo de peemedebistas descontentes já estaria preparando a mudança, condicionada ao resultado das eleições internas. Um caminho seria o PSC e, neste grupo, estaria incluído o prefeito Lorenzetti.
Potencial candidato a prefeito, o ex-deputado estadual Antonio Teruo Kato estava viajando e não foi localizado pela reportagem do Diário do Noroeste. É outro nome que também pode se transferir de legenda, diz a mesma fonte.
OUTROS PARTIDOS – A ebulição não é “privilégio” do PMDB. Outros partidos e políticos se movimentam por conta das eleições 2016 em Paranavaí.
O vereador Antonio Alves, por exemplo, pode deixar o PP e tem convite do PSB. A definição depende do posicionamento do PP em ter candidato a prefeito.
Alves entende que o sucesso dos candidatos a vereador passa por uma chapa de Executivo. No PSB, Fernando Carvalho tem reiterado que não abre mão da candidatura, portanto, garantindo o palanque que os vereadores teriam. Além de Alves, um segundo vereador poderia desembarcar no PSB.
Também cogitado no PMDB ou em outro partido, o vereador José Galvão garante que permanece no PR. Ele entende que o partido está fortalecido e com nomes com potencial eleitoral para fazer cadeiras no legislativo.
DO PSL PARA O PMN – Roberto Picorelli (Pó Royal) está deixando o PSL, partido pelo qual ganhou as duas últimas eleições para vereador, sempre como o mais votado, e pelo qual se tornou primeiro suplente de deputado estadual com mais de 35 votos em 2014. Seu caminho é o PMN.
Picorelli descarta a candidatura a prefeito e está no grupo que conta com César Alexandre (PT) e Maurício Yamakawa (PP), dois potenciais candidatos ao Palácio Ivaí.
César Alexandre descarta sair do PT e reitera a união de um grupo de partidos para o pleito de 2016. Já estão juntos: PROS, PSL, PMN, PP, PT e PTN. Mantém conversas com o PC do B.
O cenário político de Paranavaí tem ainda o industrial Maurício Ghellen (PV) e o dentista Valdir Tetilla (PMDB) como nomes para a disputa da Prefeitura. Outros citados são Nivaldo Mazzin (PSC) e Flávio Antunes PSDB, bem como o grupo que em todo lança a chamada candidatura alternativa, composto por PSTU, PSOL e PCB.
Ontem, outra tentativa de viabilizar uma chapa de prefeito e vice surgiu a partir do PSDB. Conforme o “Blog do Praxedes”, Walmor Trentini estaria deixando o ninho tucano para se alojar em outra sigla com alguns companheiros, visando entrar na disputa. Conselheiro da Sanepar, ele teria se reunido com o governador Beto Richa e apresentado tal possibilidade. A decisão dependerá o governador.
CALENDÁRIO ELEITORAL – Veja o calendário definido pelo Tribunal Superior Eleitoral – TSE:
Prazo de filiação – 06 meses antes do pleito, até março;
Convenções partidárias – de 20 de julho e 05 de agosto;
Início da campanha: 16 de agosto;
Propaganda Rádio e TV – 26 de agosto.