Emater foca novos desafios para o campo
“Atualmente a tarefa do extensionista é buscar aumentar a riqueza no meio rural, ampliar a renda das famílias, diminuir as diferenças regionais, mitigar danos ambientais, promover a inclusão social e produtiva de um grande contingente de famílias que ainda depende do estado para sua emancipação”, afirma ele.
Fundada em 20 de maio de 1956, a Emater, conta atualmente com 1,2 mil funcionários, de mais de 40 categorias profissionais. Eles estão lotados nas unidades municipais que atendem a todos os municípios paranaenses, além de 22 unidades regionais e a unidade estadual.
O presidente da Emater lembra que, além de executar ações de assistência técnica e promover a inovação tecnológica, o Instituto também apoia e promove a articulação dos diversos segmentos do setor rural, em busca do desenvolvimento do estado.
Ao longo das últimas seis décadas, a Emater contribuiu fortemente para o desenvolvimento da agropecuária no Estado. “O trabalho da Emater é fruto de uma política de governo para o desenvolvimento do setor agropecuário. Trata-se de uma educação não formal e continuada, junto a agricultores familiares, que é realizada em parceria com a Secretaria da Agricultura. Ela tem um alcance que a iniciativa privada não consegue ter”, diz o diretor administrativo, Richard Golba.
ALIMENTOS E AMBIENTE – De acordo com o diretor administrativo, Richard Golba, o Paraná se tornou uma potência na agropecuária e conquistou seu espaço. “Mas é preciso pensar o futuro e os desafios são enormes. O papel da extensão rural é apoiar a agricultura familiar a produzir cada vez mais alimentos seguros e com menos impacto ambiental”, acrescenta.
Melhorar o manejo de pragas, de modo a reduzir o uso de agrotóxicos no campo, ao mesmo tempo em que se mantém os altos índices de produtividade; incentivar a integração entre lavoura, pecuária e floresta; e aumentar o uso da agricultura de precisão entre os produtores familiares estão entre os trabalhos que já vêm sendo executados e que devem ganhar importância nos próximos anos.
Golba destaca três programas que se enquadram nessa linha de atuação. Um deles, o Plante seu Futuro. Com as técnicas e princípios apregoados pelo programa, as áreas de plantio de soja que participam da iniciativa reduziram em 50% do uso de inseticidas na safra 2014/2015, sem redução de produtividade na lavoura.
RECUPERAÇÃO – Na avaliação de Richard Golba, a questão ambiental é central para o desenvolvimento da agropecuária. “O Paraná não tem como abrir novas fronteiras agrícolas, mas tem como recuperar áreas danificadas. Atualmente o Estado tem 2 milhões de hectares de pastagens parcialmente ou totalmente degradadas, que geram impacto ambiental, econômico e social negativos. São áreas que podem ser recuperadas”, diz.
Instituto vai contratar 400 novos funcionários
Para fazer frente ao crescimento da agropecuária e as novas demandas que vêm do campo, o Instituto Emater prevê a contratação, em março de 2016, de 400 profissionais, entre técnicos agrícolas, engenheiros agrônomos, veterinários e zootecnistas, aprovados no concurso de 2013. A entrada dos novos profissionais será realizada logo após a conclusão do Programa de Demissão Voluntária (PDV), direcionado para funcionários mais antigos, cuja expectativa é atrair entre 100 e 150 adesões.
Trabalho dos extensionistas mudou o campo no Estado
A história da extensão rural no Paraná começou no dia 20 de maio de 1956, quando foi instalado o Escritório Técnico de Agricultura (ETA) – Projeto 15, por meio de um convênio firmado entre os governos paranaense e norte-americano.
“Na época, o objetivo era melhorar a produtividade da agricultura brasileira e paranaense”, conta o presidente da Emater, Rubens Niederheitmann.
A iniciativa deu tão certo que ao terminar o prazo do projeto, uma ONG assumiu a continuidade do trabalho, a ACARPA (Associação de Crédito e Assistência Rural). Quando o governo do estado assumiu a assistência aos produtores, a ONG deu lugar à Emater (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Paraná) que em 2005 foi transformada em autarquia, o Instituto Emater.
“A extensão rural mudou a forma de se atuar no campo, ao difundir os princípios cooperativistas no estado, quando eles ainda eram novidade por aqui”, observa Niederheitmann.