Embrapa alerta sobre riscos da resistência de plantas daninhas

A resistência de plantas daninhas é atualmente uma das principais preocupações da agricultura mundial. No Brasil, casos são registrados no Sul e começam a aparecer no Centro-Oeste. Segundo o pesquisador da Embrapa Soja Fernando Adegas, é preciso fazer o controle correto para evitar que o problema se propague ainda mais.
O alerta foi feito a técnicos e produtores que participaram do Encontro Nacional de Tecnologias de Safra em Lucas do Rio Verde. Durante o evento, que ocorreu na semana passada, Adegas faz duas palestras como parte da Capacitação Continuada de Técnicos que atuam nas Cadeias produtivas de grãos, fibras e integração de sistemas, realizada pela Embrapa Agrossilvipastoril em parceria com a Aprosoja.
De acordo com o pesquisador, a criação de resistência de plantas daninhas vem ocorrendo devido ao uso sucessivo de um mesmo herbicida, o glifosato, na dessecação para o plantio direto e no controle das lavouras geneticamente modificadas RR (Roundup resistent) de soja, milho e algodão. Com isto a população dos indivíduos resistentes aumenta, causando prejuízos às lavouras.
“Este é um dos principais problemas nos Estados Unidos, na Austrália, na Argentina e no Sul do Brasil. Provavelmente o problema vai chegar no Cerrado. Queremos reduzir a intensidade para ver se o pessoal se prepara melhor, para ter menor custo”, alerta Fernando Adegas.
SOLUÇÕES – Para evitar que o problema da resistência de plantas daninhas aos herbicidas acometa as lavouras, Adegas cita duas medidas que podem ser adotadas: rotação de herbicidas e formação de palhada. De acordo com o pesquisador, houve uma redução na oferta de herbicidas, mas ainda há opções para serem alternadas com o glifosato.
Adegas ressalta a eficiência e praticidade do glifosato. Até por isso alerta para o uso moderado para evitar a perda da tecnologia.
“Glifosato é um produto excepcional. Em matéria de herbicidas, pode-se dizer que é o mais completo. É relativamente barato e de fácil utilização. É tão bom que deveríamos preservá-lo para não perdê-lo”, alerta. (Embrapa)