Empresa de Paranavaí é alvo da Operação Lava Jato
Seis pessoas tiveram a prisão temporária decretada ontem, quando foi deflagrada a 48ª fase da Operação Lava Jato. Equipes da Receita Federal e da Polícia Federal estiveram em Paranavaí para fazer buscas e apreensões.
Uma das empresas investigadas é a Eco Sul Brasil Construtora, com sede em Paranavaí. Um dos sócios, Wellington de Melo Volpato foi preso no aeroporto de Congonhas, em São Paulo.
Batizada de Integração, esta etapa da Lava Jato apura crimes de corrupção, fraude em licitações e lavagem de dinheiro na concessão de rodovias no Paraná. Assim, o diretor-geral do Departamento de Estradas e Rodagens (DER) no estado, Nelson Leal Junior, também foi preso.
Além do empresário e do diretor-geral do DER-PR, os mandados de prisão foram endereçados a Helio Ogama (diretor-presidente da Triunfo Econorte), Leonardo Guerra (administrador da empresa Rio Tibagi), Oscar Alberto Gayer da Silva (ex-funcionário do DER-PR) e Sandro Antônio de Lima (funcionário da Econorte).
Funcionário da Casa Civil do Paraná, Carlos Nasser foi outro alvo da ação realizada ontem. A repartição onde atua, que fica na sede do Governo do Estado, foi alvo de busca e apreensão. Ele ocupa cargo de terceiro escalão e é considerado articulador político do governo.
PEDÁGIOS – Uma das motivações para a deflagração da nova fase da Lava Jato foi a suspeita de que houve cobrança indevida nos pedágios das rodovias do Paraná. Estudos técnicos teriam indicado que os preços cobrados dos motoristas deveriam ser reduzidos. No entanto, houve aumento.
De acordo com a Polícia Federal, haveria casos de corrupção nas concessões de rodovias federais do estado que compõem o Anel de Integração, ligando as principais cidades paranaenses.
A concessionária Econorte teria mantido contatos com os operadores Rodrigo Tacla Duran, foragido da Justiça, e Adir Assad – ambos citados e investigados na Lava Jato, em diferentes casos de corrupção e lavagem de dinheiro.
A PF informou, ainda, que a Econorte recebeu aproximadamente R$ 2,3 bilhões, valor referente às tarifas pagas pelos usuários no período de 2005 a 2015. Pelo menos R$ 63 bilhões foram repassados para empresas de fachada ou resultaram em prestação de serviços não confirmados. Além disso, a PF apontou superfaturamento em obras executadas pela concessionária.
RESPOSTAS – Na tarde de ontem, a equipe do Diário do Noroeste entrou em contato com um dos advogados de Wellington de Melo Volpato. Fabio Franco afirmou que ainda não tinha conhecimento do conteúdo do processo, portanto, não poderia dar outras informações.
Disse, também, que acompanharia os depoimentos do empresário preso durante a ação da PF, para saber exatamente o teor das acusações. Já o diretor-geral do DER-PR negou as acusações de que teria se beneficiado com os esquemas de propina.